Uma tendência em rápido crescimento no mercado financeiro está chamando atenção: os seguros paramétricos, modalidade em que o pagamento da indenização ocorre automaticamente quando determinadas métricas climáticas são atingidas, sem a necessidade de comprovar o dano. Antes restrito a pequenas empresas e agricultores, esse tipo de seguro começa a ganhar espaço em grandes companhias e está no radar de investidores.
De acordo com o portal Bloomberg, empresas como a farmacêutica Sanofi, a operadora de telecomunicações Liberty e a investidora em energia renovável Greenbacker já utilizam essa alternativa, que promete agilidade e eficiência em um cenário de mudanças climáticas cada vez mais imprevisíveis. A expectativa é que o mercado de seguros paramétricos quase dobre de tamanho, atingindo US$ 34 bilhões até 2033.
Sebastien Piguet, cofundador da Descartes Underwriting, destaca que esse formato preenche lacunas deixadas por apólices tradicionais. “Isso ocorre porque as mudanças climáticas e eventos climáticos extremos mais frequentes desafiam os modelos de cobertura padrão”, explica.
A crescente procura por soluções paramétricas também vem atraindo fundos especializados em títulos de seguro, conhecidos como ILS (Insurance-Linked Securities). Em 2023, segundo ranking da Preqin, essa estratégia foi considerada a de melhor desempenho entre os fundos hedge, historicamente concentrados em títulos de catástrofe.
Segundo a Bloomberg, agora, gestores como Rhodri Morris, da Twelve Securis, apostam que os seguros paramétricos podem ir além. A empresa, em parceria com a Lumyna Investments, lançou o primeiro fundo dedicado ao segmento, o Lumyna-Twelve Capital Parametric ILS, que já captou 85 milhões de libras esterlinas (US$ 99 milhões). “Nosso objetivo é retornar alguns pontos percentuais acima do mercado de títulos de catástrofes”, afirma Morris.