Notícias | 13 de agosto de 2004 | Fonte: Diário do Comércio - BH

Seguro para baixa renda conquistou o mercado

Enquanto o setor aguarda medidas do governo no estímulo á comercialização de seguro de vida para a população de baixa renda, as vendas de apólices no segmento já representam uma fatia considerável das carteiras. Na Bradesco, a maior seguradora privada do país, o seguro de vida popular vendeu 258 mil apólices entre fevereiro e junho deste ano, segundo o superintendente executivo comercial da Bradesco Vida e Previdência; Ademir Henrique Pereira. 0 número representa cerca de 20% das apólices de vida vendidas pela companhia. Na Porto Seguro, maior seguradora independente, o seguro popular lançado em 2002 responde por 35% do número de apólices e por 20% dos prêmios obtidos com a venda de produtos individuais. 0 diretor de Produtos de Vida da empresa, Fábio Luchetti, conta que o aumento de vendas observado no produto de vida popular foi de 50% no ano passado. A meta é fechar 2004 com 70 mil apólices populares, ante as atuais 35 mil. Apesar do elevado volume de vendas, a Bradesco ainda aposta em forte crescimento, já que o banco conta com 15,5 milhões de clientes em junho, foi apurado que 9,8% dos correntistas da instituição possuem uma apólice de vida. 0 produto popular do banco tem prêmio de R$ 9,90 para qualquer perfil de cliente. A variação do risco tem impacto no valor da cobertura que oscila entre R$10 mil e R$ 25 mil, atrelada a morte e invalidez, com auxílio funeral e direito a um plano de capitalização embutido. 0 Seguro Vida Mais Simples, da Porto Seguro, garante cobertura mínima de R$ 10 mil por morte natural, R$ 20 mil por morte acidental e R$ 10 mil por invalidez. 0 maior preço da apólice é para o homem fumante até 35 anos, de R$ 4,79, e o menor, para a mulher não fumante também até 35 anos, de R$ 4,31 por mês. “No desenho do produto, optamos por eliminar todas as gorduras e garantir opções. Por isso, o auxilio funeral é opcional e os preços sobem para R$ 5,79 (homem) e R$ 5,31 (mulher) para os mesmos perfis. A apólice também dá direito a um título de capitalização com dois sorteios de R$ 15 mil por mês

Custo beneficio

Lucheti explica que os produtos populares optamos por eliminar todas as gorduras e garantir opções. Por isso, o auxilio funeral é opcional e os preços sobem para R$ 5,79 (homem) e R$ 5,31 (mulher) para os mesmos perfis. A apólice também dá direito a um título de capitalização com dois sorteios são extremamente sensíveis a preço, mas precisam embutir benefícios. Dessa forma, o produto ideal é aquele que consegue encontrar o ponto do bolo na equação custo/benefício. “Optamos por um produto magro, em tirar algumas coberturas para eventos sem grande incidência, mas grande severidade, como a invalidez por doença”, afirma. Desde que foi lançada, a apólice popular da Porto passou por modificações para atender a necessidade de menor preço. “Restringimos o pagamento para débito em conta corrente. Se você lança uma espécie de camê, passa a ter custos tarifários dos bancos repassados ao produto. Nesta etapa, perdemos a chance de atingir a população não bancarizada”, diz. “Por este problema, a Susep busca um padrão para que os produtos populares gozem de isenção da tarifa bancária”, completa.

Distribuição

Enquanto a Bradesco optou em não distribuir o produto nas agências, mas por meio de corretores independentes, a Porto Seguro verificou que os corretores que atuam para a seguradora aproveitam a venda de outros tipos de seguros para distribuir as apólices populares. “É muito comum a venda de um seguro para carro usado com a apólice popular”, relata Luchetti. 0 executivo da Porto Seguro destaca também que o corretor começa a entender a apólice popular que, pelo seu baixo valor, não representa grande remuneração. “Os corretores estão encontrando fórmulas de vendas, como a criação de equipes mais especializadas. “Para ele, as apólices populares não desbravam novos públicos necessariamente, mas despertam o interesse dos corretores já inseridos em certas comunidades. Para estimular a venda de seguros populares, a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) encaminhou no mês passado à Superintendência de Seguros Privados (Susep) sugestões para a formatação de seguros populares, um mercado estimado em 37 milhões de consumidores. Um dos pleitos é a isenção de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para seguros de vida.

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