Seguro-garantia ganha corpo

Executivos do segmento de seguro-garantia, cuja cobertura básica é garantir o cumprimento de contratos entre empresas, lutam para divulgar o produto, que tem na fiança bancária o maior concorrente.
De 1999 a 2002, as vendas de seguro-garantia evoluíram quase 200%, atingindo R$ 162 milhões em prêmios no ano passado. De janeiro a agosto deste ano, no entanto, as vendas recuaram mais de 25%, caindo de R$ 93,2 milhões para R$ 73,6 milhões, em comparação com o mesmo período de 2002. “Trata-se de um recuo normal em ano de troca de governo, quando os investimentos são suspensos”, disse João Gilberto Possiede, presidente da J. Malucelli Seguradora, líder do ramo.
A J. Malucelli, cresceu 22% até agosto, para R$ 26,6 milhões, em razão da renovação dos contratos de concessão rodoviária e pelo incremento da produção com o desenvolvimento de dois produtos: aduaneiro e a garantia judicial.
Enquanto os novos investimentos são definidos, o setor busca melhorar a imagem do seguro e mostrar sua confiabilidade, para ampliar o mercado e aumentar as vendas. Embora seja utilizável em obras tanto privadas quanto públicas, o seguro-garantia recebeu forte estímulo da legislação de licitações, que o incluiu como uma alternativa à fiança bancária nos contratos assinados pelo governo. Mas ainda há muito o que fazer.
No início de 2003, o setor adotou o sistema de arbitragem no caso de dúvidas e controvérsias e fixou o prazo máximo de 30 dias para a seguradora liquidar o sinistro – pagando a indenização ou assumindo a conclusão da obra. Agora, as seguradoras apóiam, com algumas modificações, o projeto do senador Edson Lobão (PFL/MA), que pretende instituir o seguro-garantia obrigatório. “Queremos que o projeto prossiga, mas sem a obrigatoriedade, pois acreditamos que o mercado caminhará para a auto-regulamentação”, disse Possiede.