Notícias | 17 de agosto de 2022 | Fonte: O GLOBO

Seguro de carro vai na contramão dos números de roubos, que estão em queda em Niterói

Diferentemente dos anos em que roubos de veículos estavam em alta na cidade e influenciavam no aumento dos valores das apólices, o inverso não ocorre agora

A queda constante de todos os indicadores estratégicos de segurança, que vem sendo observada ao longo dos últimos meses, entre eles o de roubos a veículos, não está impactando positivamente no bolso dos niteroienses na hora de renovar o seguro do carro; pelo contrário. Se em anos em que os roubos de veículos estavam em alta o dado influenciou no aumento do seguro, de acordo com as seguradoras, o oposto não acontece agora.

Os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) de junho mostram que os roubos de veículos diminuíram de 43 para 23, uma queda de 46,5%, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Na comparação do primeiro semestre deste ano com o de 2021, o percentual de queda é ainda maior, caindo de 380 para 128 registros na cidade, menos 55,8%.

Corretora da JC Luz Corretora de Seguros e da JC Luz Consultoria de Seguros e Benefícios, Bianca Sotto Maior conta que, acompanhando o cenário nacional, após o período agudo da pandemia, a contratação dos seguros de carros, hoje, está muito mais cara do que em anos anteriores, independentemente de redução de índices de roubos.

—Este ano não é só o índice de roubos que está influenciando, mas o índice de sinistros em geral. Além disso, a tabela FIP está muito alta. Em 2020 e 2021, as seguradoras mantiveram os preços estáveis e agora, este ano, eles explodiram. Em muito casos, os valores dobraram, e a tendência é aumentar ainda mais — diz.

Moradora do Fonseca, a consultora de investimentos Cristiane Silveira reclama do valor atual e da previsão de aumento ainda maior no seguro automotivo.

— Na minha casa são dois carros, o meu e o do meu marido. Em épocas em que os roubos de veículos estavam frequentes, a gente tinha que se conformar com o aumento do seguro. Agora que a situação está melhor nesse sentido, o seguro está pesando ainda mais no bolso. É lamentável — reclama.

Morador de Pendotiba, o comerciário Diego Nunes conta que abriu mão do seguro do seu carro porque está sem condições de arcar com mais essa despesa, que aumentou.

— A gente acaba tendo que escolher do que abrir mão. Não dá para deixar de fazer compras no supermercado, nem de abastecer, porque trabalho longe e preciso de carro. Mas agora estou usando o seguro de Deus. Mesmo com roubos em queda, tenho medo. Mas não consegui manter o seguro — lamenta.

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