Ajudadas pelos bons resultados das importações com a queda do dólar, as principais seguradoras do País registram um movimento importante de alta no segmento de apólices para veículos importados. Uma dessas empresas, a Porto Seguro obteve crescimento nessa modalidade de seguro de 30% no acumulado deste ano – o que equivale ao dobro do que avançou, por exemplo, a carteira onde estão incluídas as apólices dos carros nacionais. Segundo o diretor de automóveis da companhia, Luiz Pomarole, embora essa espécie de apólice represente um custo importante – um modelo importado mais em conta está avaliado em aproximadamente R$ 80 mil – os valores nominais repassados ao cliente são proporcionalmente menores do que dos carros nacionais.
“As taxas desses seguros vão de 4% a 6% do valor do veículo. Em outros autos são de 6% a 8%. Se for um carro nacional muito visado para roubos, pode chegar a 15%”, exemplifica .
Segundo dados da Superintendência de seguros privados (Susep), a Porto Seguro, líder no segmento de seguros para veículos do País, somou, durante o ano passado, arrecadação de R$ 1,723 bilhões em prêmios de toda essa carteira.
Já a SulAmérica, cuja frota atual de veículos segurados é de 1,6 milhão – 8% dos quais são importados – estima que, no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, tenha aumentado em 50% a venda de apólices destinadas a esse segmento. Em maio do ano passado, elas representavam R$ 110 milhões. No mesmo período de 2007, alcançaram R$165 milhões. A carteira veículos como um todo cresceu, em igual período comparativo, 2%. Em maio de 2006 era de R$ 800 milhões, e no mesmo mês deste ano chegou ao valor de R$ 817 milhões.”Como o preço do veículo importado ainda é um pouco superior na média ao equivalente nacional, o faturamento com essa carteira reflete esse dado e equivale a 10% da carteira veículos” , afirma o vice-presidente de automóveis da companhia,Marcus Vinicius Martins. A SulAmérica, terceira colocada entre as seguradoras no ramo de veículos segundo a Susep, somou prêmios, em 2006, de R$ 1,423 bilhão. O valor engloba toda essa carteira.
Outra empresa do ramo de seguros que notou crescimento da venda de apólices para carros importados foi a Mapfre. O segmento representa um faturamento de R$ 5 milhões à empresa. Equivale, em dados de junho, a 8% do faturamento total da carteira veículos, que é de R$ 70 milhões. No acumulado do ano a companhia registrou 30% de alta nessa modalidade de apólice.Considerando apenas o mês de maio, o incremento foi de 33%. E, em junho, de 28%.
“Trabalhamos com a expectativa de chegar até o fim deste ano com um faturamento da ordem de R$ 7 milhões e um crescimento de 50% a 60% no período. Será preciso perceber se o produto levará outras empresas concorrentes a entrar com força no mercado. Isso pode diluir um pouco os ganhos”, explica o vice-presidente de automóveis da empresa, Jabis de Mendonça. A Mapfre, de acordo com dados da Susep, arrecadou prêmios totais de R$ 645 milhões no ano de 2006 no segmento de veículos. A empresa é a sexta colocada nessa carteira, e oferece a seus clientes que possuem carros importados um produto cujo nome é Auto mais gold. “Ele proporciona carro reserva médio e não popular, com ar-condicionado e direção hidráulica e a possibilidade de remoção do veículo em uma distância de até 500 km”, afirma Mendonça.
A Porto Seguro não oferece produtos e serviços específicos para esse segmento. A companhia, porém, faculta a seus segurados a possibilidade de adesão a algumas cláusulas que proporcionam benefícios extras de remoção de veículo, por exemplo.”Com o pagamento anual de R$ 150,00, o segurado pode utilizar o serviço de transporte do carro e voltar de avião”, diz Pomarole.
Luciano Feltrin