Insegurança torna serviço atraente
No País, o serviço é disponibilizado por quatro empresas: Mapfre, Porto Seguro, TIM e Vivo
O aumento no número de celulares roubados tem transformado o mercado de seguros, que está de olho no nicho dos aparelhos móveis. A falta de informações sobre como essa modalidade funciona, no entanto, ainda afasta alguns consumidores.
O valor das mensalidades a serem pagas pelos segurados varia de acordo com o preço de compra do aparelho móvel FOTO: JL ROSA
O serviço de seguro para celular no País é disponibilizado somente por quatro empresas: Mapfre, Porto Seguro, TIM, por meio da Assurant Seguradora; e Vivo, por meio da Zurich Minas. Em geral, são oferecidas coberturas de roubo e furto qualificado, mas alguns planos opcionais também cobrem no caso de danos ao aparelho provocados por oscilações e descargas elétricas de energia, além da possibilidade de extensão das garantias para os acessórios utilizados junto ao equipamento.
Mensalidade
O valor mensal do seguro para celular varia conforme a faixa de preço do produto adquirido. Há planos para aparelhos que custam menos de R$ 100 até para àqueles acima de R$ 2 mil.
No plano oferecido pela TIM, as parcelas mensais do seguro variam de R$ 6,49 a R$ 24,99. No da Vivo, os valores vão de R$ 3,99 até R$ 29,99, mas só são aceitos clientes que utilizam os chips da operadora. Já no serviço disponibilizado pela Porto Seguro, o preço do smartphone tem que ser acima de R$ 300. Nesse caso não há tabela de preços pré-definida. É feita uma simulação com cada cliente.
Se o consumidor comprou um Galaxy SIII de R$ 1.800 há 3 meses e adere ao plano da Porto Seguro, ele terá que pagar em torno de R$ 43 por mês, cobrindo também a possibilidade de danos físicos causados ao bem. No caso da Mapfre, a comercialização do seguro não é feita de forma direta com o consumidor. A empresa oferece o serviço por meio da venda de planos no varejo. Assim, o preço é definido conforme cada varejista.
Há empresas que recusam o seguro para celulares com longo tempo de uso. Na TIM, o serviço é apenas para aparelhos com até 3 meses. A Vivo e Mapfre aceitam até 2 anos. Já na Porto Seguro, o período é de até 1 ano.
Franquia
Quando o cliente precisa acionar o seguro, na TIM e Vivo os segurados têm de pagar uma franquia que corresponde a 25% do valor do equipamento. Na Porto Seguro, o percentual é de 10%. Já na Mapfre, o custo varia de acordo com o tempo do celular. Se tiver até 4 meses de uso não há necessidade do pagamento. Acima desse período, o consumidor tem que pagar 20% do preço. Com mais de um ano sobe para 40% do valor.
Documentação
Para resgatar a indenização, o cliente é obrigado a entregar cópias do RG, CPF e comprovante de residência, cópias autenticadas da nota fiscal de compra do aparelho e do B.O (Boletim de Ocorrência), registrado na delegacia. Também é necessária a declaração original feita pelo segurado, descrevendo como ocorreu o roubo ou furto e a declaração de que o consumidor havia somente um seguro. Caso o equipamento não esteja no nome do segurado, é preciso a entrega de um Termo de Doação original.
As restrições nos planos também são um entrave para quem quer aderir. Para a supervisora institucional da Proteste, Sônia Amaro, o serviço vale a pena, mas muitos consumidores desconhecem uma série de exclusões presentes nos planos, o que acaba gerando insatisfação nos segurados. “Alguns planos não cobrem casos de furto simples ou de danos materiais. Porém, muitos ignoram essas restrições e aderem ao serviço, crendo que estão protegidos”, ressalta. Segundo ela, se o cliente não recebe orientações prévias, ele pode acionar um órgão de proteção ao consumidor para ressarcir o valor pago à seguradora.
A farmacêutica Luana Alves ainda não aderiu ao serviço por desconhecer como funcionam os planos. Ela já teve o aparelho roubado duas vezes em menos de quatro meses. “Depois desses assaltos, eu até me interessei. Mas os celulares que comprei são baratos e não sabia se havia planos para eles”, esclarece.
Já a estudante de Direito Lívia Gomes é uma das entusiastas dessa modalidade de seguro. Ela teve o celular roubado em outubro de 2012 e não hesitou em aderir ao serviço quando comprou um Iphone. Em julho de 2013, ela foi vítima da mesma violência, mas dessa vez, contou com o seguro. Lívia contratou o serviço da TIM. “Fui assaltada pela 2ª vez. Mas logo terei um novo Iphone”, comemora.