Notícias | 19 de setembro de 2003 | Fonte: Gazeta Mercantil

Seguradoras tentam rebater denúncia de que estimulam roubo de carros

Um encontro entre representantes do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) na terça-feira marca o contra-ataque das seguradoras às insinuações de que estariam estimulando o aumento do roubo e furto de veículos, via a venda de salvados da carteira de automóvel.
Depois de um comunicado da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), exibido na edição da última sexta-feira do Jornal Nacional, da TV Globo, para refutar as acusações, os seguradores pretendem, na seqüência, aproveitar a reunião de amanhã para listar uma série de propostas para inibir as fraudes com veículos da frota circulante.
Uma das principais é a criação de um banco de dados, aproveitando-se da estrutura do Renavan, para adicionar um histórico de todos os veículos em circulação no País.
Para o vice-presidente da Fenaseg, Júlio Avellar, a medida daria maior controle sobre as fraudes, evitando a montagem de carros dublês a partir da compra da documentação dos veículos salvados de seguradoras ou de particulares.
Em resposta à reportagem exibida no Fantástico do dia 10 de agosto, mostrando como as fraudes ocorrem a partir da venda de carros recuperados pelas seguradoras, Avellar classificou de um contra-senso “imaginar que as companhias possam compactuar das irregularidades”. Para tanto, exibiu uma série de números para comprovar que as eventuais fraudes ocorrem não só com carros da frota segurado, mas também em todos em circulação no País.
Atualmente, existem 32 milhões de veículos integrantes da frota circulante, dos quais 24 milhões sem seguros e 8 milhões segurados. Considerando a base 100, os salvados de seguradoras seriam da ordem 1,2, ao passo que, no caso dos não-segurados, totalizaria 11,7.
A soma de salvados segurados ou não perfaz 12,9 do total da frota circulante. No jargão do mercado, salvado é todo veículo batido que pode ser recuperado (danos de pequena e média monta) ou irrecuperável (dano de grande monta ou perda total).
Dados da Fenaseg, lembrou Avellar, indicam que, para cada 11 carros batidos e passíveis de recuperação, apenas um pertence à seguradora. Atualmente, duas regulamentações do Contran tratam da destinação dos veículos salvados.
Para os danos de grande monta (perda total), a Resolução Contran 11/98 determina que o chassis seja recortado, haja recolhimento de placas e plaquetas e baixa da documentação no Detran, autorizando-se que o veículo seja vendido como sucata (sem documentação).
A outra, a 25/98, trata de veículos com danos de média monta e, em conseqüência, aptos a retornar ao mercado, desde que sejam submetidos antes a uma inspeção veicular que suspenda seu bloqueio perante o Detran. “Uma boa saída para reduzir as eventuais fraudes seria melhora a vistoria realizada pelos Detrans”, lembrou Avellar.

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