Seguradoras estabelecem piso para comissão

Algumas seguradoras estão estabelecendo pisos para o pagamento das comissões dos corretores de seguros. Em geral, as empresas que seguem essa orientação adotam percentuais que variam de 10% a 15% do valor do prêmio, principalmente na carteira de automóveis.
Persiste há algum tempo uma grande preocupação no mercado, principalmente entre as lideranças dos corretores, com a possibilidade de aviltamento da remuneração do serviço prestado pela categoria. O problema é que alguns “profissionais”, para conquistar o cliente, aceitam receber percentuais irrisórios de comissionamento. Como recebeu quase nada pelo serviço, esse corretor acaba negligenciando o atendimento ao cliente, o que contamina a imagem de toda a categoria perante a sociedade.
Coincidência ou não, esse tipo de problema é menos comum nos estados nos quais é forte a presença das chamadas assessorias de seguros, especialmente no Rio de Janeiro, onde esse segmento responde por até 70% da produção apurada no ramo de veículos: “a assessoria oferece todas as ferramentas que o pequeno corretor precisa para não ter que aviltar sua remuneração”, argumenta Renato Rocha, presidente da Aconseg-RJ, Associação das Assessorias e Consultorias de Seguros.
O fato é que a proposta de adoção por todo o mercado de uma comissão de corretagem referencial chegou a ser colocada em discussão recentemente. Contudo, acabou sendo arquivada devido ao risco de o setor ser acusado de formação de cartel. Agora, como o problema persistiu, algumas companhias decidiram por conta própria impor limites mínimos para a remuneração do corretor.
Jorge Clapp