A Chubb, seguradora da ponte Francis Scott Key, deverá fazer um pagamento de US$ 350 milhões (aproximadamente R$ 1,8 bilhão) ao governo do estado de Maryland. No dia 26 de março, o navio porta-contêineres DALI atingiu a ponte, que fica na cidade de Baltimore, e provocou o seu desabamento.
Este será o primeiro valor disponibilizado após o desastre. Henry Daar, chefe de reivindicações de propriedade da WTW, corretora da ponte, disse ao The Wall Street Journal que o pagamento deverá ser autorizado dentro de algumas semanas. Ele acrescentou que também será fornecida uma cobertura de interrupção de negócios para o porto de Baltimore, que está perdendo cerca de US$ 88 milhões (R$ 451,6 milhões) por ano em pedágios.
“Parabéns à Chubb por reconhecer que o desastre causou claramente uma perda total”, enfatizou Daar. “Eles poderiam gastar milhões e milhões de dólares em honorários de contadores e avaliadores nos próximos anos, ou poderiam pagar a indenização.”
Segundo o WSJ, a seguradora deverá apoiar as autoridades de Maryland no processo contra a proprietária (Grace Ocean Private) e a operadora (Synergy Marine Group) do DALI para tentar recuperar as perdas.
A ação foi movida mês passado, e o governo municipal afirmou que as duas empresas foram “potencialmente negligentes criminalmente” e que o colapso foi causado por “descuido, negligência grave e imprudência do proprietário, e como resultado da insegurança” do navio.
A ação alega que, antes que o DALi deixasse o porto, foram soados alarmes mostrando que ele apresentava um fornecimento de energia inconsistente. Também pontua que a embarcação tinha “equipamentos, sistemas e acessórios impróprios para navegar” e “uma tripulação incompetente”, que “não cumpriu os costumes de navegação locais” e carecia de habilidades e treinamentos adequados.
Porto opera parcialmente
O colapso da ponte Francis Scott Key interrompeu o tráfego de navios através do porto de Baltimore, que em 2023 movimentou 52,3 milhões de toneladas de carga estrangeira, no valor de US$ 80 bilhões (R$ 410,5 bilhões).
No final da semana passada, segundo o portal Quartz, a Administração Portuária de Maryland abriu mais um canal temporário que permite a saída dos navios atracados no porto – já é o quarto em funcionamento. O Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos espera reabrir o canal permanente do porto até o final deste mês.