A Confiança Seguros, reconhecida por sua forte atuação no estado do Rio Grande do Sul, não tem cumprido com alguns compromissos no momento do sinistro. Alguns casos registrados mostram que a companhia tem feito a vistoria do automóvel, a liberação para os reparos, mas na hora de efetuar o pagamento na oficina credenciada e comissões, deixa o segurado e o corretor sem assistência.
Como é o caso do corretor Fabian Padilha, da Favan Corretora, de Caxias do Sul – RS. De acordo com o gaúcho, essa situação tem colocado o relacionamento dele com alguns clientes em risco. Pois, ao negar o pagamento dos reparos dentro da oficina, a mesma vai atrás do cliente pedindo o valor utilizado. “E muitas vezes, sobra para o corretor. Pois o cliente vem atrás de nós nessa situação. Em alguns casos, a companhia solicitou que o cliente efetuasse o pagamento. E depois fazia o reembolso”.
Outro exemplo é o caso da corretora Alexandra Alexandre, da Cícero Corretora de Seguros (Sapiranga-RS). Ela alega que, além dos atrasos com pagamento nas oficinas, existe ainda a falta de pagamento de comissão e de sinistros . “As oficinas estão mandando correspondências através de escritório de cobranças para os clientes por causa dos sinistros que não foram pagos. Estive na Confiança ontem (25/03), verificando pagamentos de terceiros, de endosso e nada vem sendo pago desde outubro”.
Já o que acontece com Ester Battistella, da Battistella Corretora de Seguros (Curtiba-PR) é referente ao pagamento de comissão. Mas, segundo a corretora o problema maior é com os segurados. “Minha preocupação é do cliente não conseguir ser assistido ao precisar. Se não estão pagando a comissão há quatro meses, será que os sinistros serão pagos?”.
Ester conta ainda que em Curitiba havia uma plataforma que distribuía os produtos da Confiança, mas que a mesma foi fechada sem que os clientes e corretores fossem avisados. “Já liguei para matriz, passei e-mail, mandei as ápolices, consta no sistema que está verificando, mas dentro da companhia eles não informam nada”, acrescenta Ester.
O problema com a seguradora reflete nas oficinas credenciadas. O sócio da Oficina Chapeação e Pintura Auto 78 Ltda, de Caxias do Sul-RS, Paulo Machado, destaca que está com mais de R$ 50.000,00 protestados na Confiança. Há alguns meses ele realizou um acordo com a companhia, no qual a seguradora iria fornecer peças para os reparos.
Machado alega que em muitos casos o segurado não tem condições de arcar com os custos dos reparos. “Só um trabalho que eu fiz no I30 da Hyundai, o valor total foi de R$ 20.00,00. O cliente não tem como pagar esse valor”.
Outro exemplo é o caso da oficina Rockenbach Chapeação e Pintura Ltda. Um dos sócios da empresa, Elton Roquenback, aponta que foi descadastrado da Confiança, sem nem ao menos ser notificado. “Na verdade nós não sabemos porque fomos descredenciados”. De acordo com Elton, antes do descredenciamento a Confiança havia alguns pagamentos atrasados, porém fizeram um acordo no qual o valor foi parcelado em 6x. “No final das contas, fomos reembolsados, e logo depois perdi o contato com eles”.
O corretor Fabian conta que ao solicitar os reparos nas oficinas, quando diziam que era pela Confiança, algumas nem aceitavam fazer o serviço. “Até hoje tem oficina que não recebeu o valor”. Ele ressalta que todos os casos foram muito parecidos. “Tenho um caso de novembro de 2013 que está agendado o pagamento para o dia 8 de abril. Conforme o administrativo da Confiança, eles estão quitando os casos mais antigos”.
Devido a isso, a Cícero Corretora de Seguros parou de produzir para a Confiança. “Os clientes já estão procurando por nós querendo saber como está a situação e a maioria já está querendo trocar de seguradora no meio da vigência mesmo. E nós, pretendemos trocar a carteira de companhia sim. A situação é bem grave”, conclui Alexandra Alexandre.
O CQCS entrou em contato com a Confiança, mas não obteve retorno.