Notícias | 20 de fevereiro de 2004 | Fonte: Valor Econômico

Resultado da Nossa Caixa atinge R$ 449,3 milhões

O lucro líquido da Nossa Caixa saltou 65,3%, de R$ 271,8576 milhões em 2002 para R$ 449,34 milhões em 2003. Foi um resultado recorde para o banco controlado pelo governo paulista, cujo melhor resultado anterior foi de R$ 305 milhões de 2001.

A rentabilidade também foi expressiva: 33,2% sobre o patrimônio do início do ano, como o banco prefere registrar, ou de 24,6% sobre o de final de ano, como o mercado costuma calcular. O patrimônio líquido da Nossa Caixa cresceu 34,7%, de R$ 1,35 bilhão em 2002 para R$ 1,824 bilhão no ano passado. O governo paulista, recebeu R$ 156 milhões em dividendos.

Os números favorecem a retomada do processo de abertura do capital do banco. O diretor presidente, Carlos Eduardo Monteiro, quer deixar tudo preparado para “quando” o controlador decidir realizar a operação.

Segundo Monteiro, o resultado foi ainda muito concentrado no retorno da volumosa carteira de títulos públicos do banco. Dos ativos totais que fecharam o ano em R$ 27,535 bilhões, 64,2% são títulos públicos. O percentual só não é maior porque os ativos diminuíram 3,76% no ano, com a redução de operações compromissadas, explicou o diretor financeiro, Rubens Sardenberg.

Com os juros em queda, “o desafio da Nossa Caixa e de todos os bancos será ampliar as operações de crédito”. A carteira de crédito cresceu 7,77% no ano passado, de R$ 3,216 bilhões para R$ 3,466 bilhões; e a expectativa do banco é aumentá-la em 25% neste ano.

O crédito para a pessoa física compõe nada menos do que 75% da carteira e cresceu 11%, com destaque para os empréstimos com desconto em folha que têm uma fatia de 48%. Já a carteira de pessoa jurídica cresceu apenas 1,8%. e metade dela é lastreada em recebíveis. As receitas com crédito aumentaram 16,22%, de R$ 1,3 bilhão em 2002 para R$ 1,5 bilhão em 2003; e as despesas com provisões diminuíram 11% para R$ 234,5 milhões com a inadimplência menor.

Os planos de crescimento da Nossa Caixa são favorecidos pelo perfil da clientela, basicamente formada por pessoas de renda média e baixa renda – exatamente na faixa cobiçada pelos outros bancos de varejo. “Todos procuram o público que já temos”, afirmou, lembrando que o Itaú vai criar uma financeira popular ainda no primeiro semestre.

No ano passado, a Nossa Caixa aumentou em 25% o número de clientes pessoas físicas, informou Sardenberg, de 2,967 milhões para 3,725 milhões; e em 9,8% o de pessoas jurídicas, de 123 mil para 135 mil. Somente o número de clientes funcionários públicos cresceu 9,2%, de 512 mil para 559 mil. Todos os funcionários da administração indireta do governo de São Paulo recebem salário nas agências da Nossa Caixa.

Já os funcionários da administração direta – 1,2 milhão de pessoas – recebem pelo Banespa Santander a não ser que manifestem desejo de mudar para a Nossa Caixa. Cerca de 200 mil já fizeram isso. Pelas regras da privatização do Banespa, as contas de salário passam para a Nossa Caixa em 2007. O sonho de Monteiro é que esses clientes venham antes dessa data.

Mas, ele sabe que, para isso, precisa ter mais produtos para oferecer. No final do ano passado, o banco lançou, finalmente, seu cartão de crédito e fundos de previdência do tipo VGBL e PGBL. Neste ano, surgirão os títulos de capitalização. “A intenção é tornar os clientes mais rentáveis e fiéis”, disse Monteiro. A receita de serviços, que sustentou os resultados de vários bancos em 2003, cresceu apenas 9% na Nossa Caixa para R$ 322,6 milhões.

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