Quem comprou papéis na virada do ano pelo sistema Tesouro Direto está contabilizando boas rentabilidades. O título mais rentável até ontem era a NTN-B (indexado ao Índice Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) mais longa, com vencimento em 2004, que registrava ganhos de 5,22%. Entre as LFTs e as LTNs, papéis mais procurados pelos investidores, os ganhos ficaram entre 0,78% e 1,69%.
Não há dados disponíveis sobre as rentabilidades médias dos fundos de renda fixa e DIs até o dia 20. Mas até o dia 16, os ganhos médios desses fundos foram de 0,75% (renda fixa) e 0,71% (DIs). Como há dois dias de diferença e a rentabilidade dos papéis do tesouro é bruta, é provável que alguns fundos do mercado estejam oferecendo ganhos líquidos maiores para aqueles investidores que estão comprando os papéis de maior liquidez (de prazo mais curto).
Segundo Marcelo D’Agosto, da consultoria Investmate, as taxas dos papéis caíram muito nesses primeiros dias do ano justamente por conta da alta demanda por títulos. “A grande entrada de recursos nos fundos, pode ter sido uma das responsáveis por esse fenômeno”, diz o consultor.
No início do ano, as LTNs (papel com juros prefixados) com vencimento em outubro deste ano eram negociadas a uma taxa de 15,96% e agora esse percentual caiu para 15,26%. Nos papéis indexados à inflação também ocorreu um fechamento do rendimento (cupom) embutido. Na NTN-C (indexada ao IGP-M) com vencimento em dezembro de 2005, o cupom fechou de 8,65% para 8,17% em 20 dias. As diferenças entre as taxas significaram lucros para quem comprou o papel no início do ano.
Segundo D’Agosto, o novo papel oferecido pelo Tesouro, a partir do último dia 6, a NTN-F, pode ser uma opção interessante para investidores mais sofisticados. “É um papel com juros prefixados, mas que paga cupom semestralmente. Isso gera uma flexibilidade, pois o investidor pode ficar com o papel e vender apenas o cupom, ou vice-versa”, explica D’Agosto. “Mas não é para investidores que não estejam muito familiarizados com investimentos e com a compra e venda de títulos”, advertiu.
Catherine Vieira