por: Waldeli Azevedo
A proposta de regulamentar a atividade de desmanche no Brasil, apresentada pela Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização) e ainda em tramitação, está sendo bastante discutida entre representantes do setor.
A medida é vista como uma alternativa eficiente para o combate ao roubo de veículos e, conseqüentemente, para a redução de preços dos seguros.
Combate ao crime
O ponto defendido pela categoria é o seguinte: o desmanche ilegal alimenta a indústria do crime. Os carros roubados são desmanchados clandestinamente e suas peças são vendidas a um preço bem mais baixo, em comparação com as originais.
O desmanche no Brasil, segundo a Fenaseg, é considerado uma prática comercial como qualquer outra, e não possui procedimentos formalizados ou um controle quanto à procedência destas peças. Daí o problema.
Caso este sistema seja realmente legalizado, a expectativa do setor é de que se reduza um dos modelos de fraude que mais preocupa este mercado. Diminuindo-se a criminalidade, o caminho para a redução dos preços dos seguros se tornaria mais curto.
Experiência internacional
Na prática, este modelo já é seguido há algum tempo por outros países. Na Argentina, por exemplo, a atividade foi iniciada em 2003, resultando em uma queda de 30,5% nos índices de roubo e furto de veículos na comparação com o ano passado.
O procedimento acontece da seguinte forma: um Centro de Recâmbios, mantido pelo Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária) da Argentina, recebe os veículos com perda total, faz o tratamento das peças e as recoloca no mercado.
Este mesmo modelo tem sido adotado pela Espanha, que pretende, até o próximo ano, ter o seu Centro de Recâmbios atuando em todo o país. Lá, a prática é mais antiga: começou no ano 2000.