Todos que acreditam em Deus, estão certos serem feitos Sua imagem e semelhança. Interessante também que desde o início dos tempos, que nas atividades com líderes e liderados, muitas vezes os líderes exigem, mesmo que imperceptivelmente, que seus liderados sejam sua imagem e semelhança. O mesmo ocorre com os liderados perante os líderes. Há até aqueles que já entram nos empregos predispostos a criticarem os patrões. Basta o primeiro “deslize” para vir o primeiro comentário. “Quer bem feito, faz você mesmo”, diz o ditado.
Uma executiva disse para um executivo seu, “cuidado para não transformar sua qualidade em defeito!”, se referindo ao fato de que seu executivo, na busca exagerada pela execução de sua função, podia cometer deslizes e ferir suscetibilidades e regras. Esta frase soou com grande profundidade e sabedoria. Qualidades em exagero se tornam defeitos e podem ofender funções, pessoas e profissionais, à medida que só percebem a si próprios. Numa empresa ou num convívio pessoal, toda vez que se exige que as situações sejam feitas exatamente de acordo com o desejo de um só, há o risco de se causar insatisfação, frustração e perda de interesse. E esse gesto repetidamente pode gerar um efeito indesejado em cadeia. A interação deve ser saudável e auxiliar no desenvolvimento comum.
Isso não quer dizer que se deve negligenciar com a qualidade. Mas sim que a fronteira entre qualidade e defeito é tênue e que é preciso estar atento. Por exemplo, pedir que algo seja feito “para ontem” rotineiramente é ser excessivamente cuidadoso com o prazo, entretanto descuidado com qualidade do produto ou serviço, e, principalmente com o zelo e o tempo do próximo.
Já se a busca é pela qualidade máxima em um relatório, por exemplo, existe o risco de um olhar introspectivo demais e uma possível perda de prazos.
Os profissionais têm características positivas e negativas, pontos fortes e fracos. Se uma qualidade pode se tornar um defeito, imagine uma característica negativa ao ser maximizada. Ao se exigir que profissionais atuem em desacordo com suas habilidades gera-se um risco real para os processos e produtos da empresa e seus interessados. O líder deve levar as pessoas a compartilharem seus sonhos para que produzam inspiradas. E, além disso, deve buscar extrair o melhor de cada um. O que você faria se tivesse em sua empresa, Pelé, Zico e Romário? Colocaria os três em funções semelhantes? Colocaria os três no mesmo grupo?
Em algumas funções eles são insubstituíveis, mas em outras, são reserva do reserva do reserva, se não aparecer mais ninguém. O Bernardinho, do vôlei, era reserva na seleção em uma época de craques limitados. Como técnico é referência de campeões.
Talvez uma boa reflexão seja tentar perceber, individualmente, se naquilo onde se é criticado, se não existe uma qualidade exacerbada. E tentar suavizar.
Na era da administração com qualidade, atuar com esta orientação significa buscar atuação ótima alinhada com as expectativas dos “stakeholders”, ou todas as partes interessadas em sua organização, ou ainda, todos os envolvidos num processo, por exemplo, clientes, colaboradores, investidores, fornecedores, comunidade, etc.
Isso não é simples. Por isso é importante suavizar os defeitos e maximizar as qualidades de cada um.
Sucesso!!!!
Ricardo Villaça.