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Novas regras de solvência não exigem aporte de capital da Companhia
A Porto Seguro fechou 2006 com uma das maiores rentabilidades patrimoniais do setor de Seguros do país, de 35,1%. O lucro líquido foi de R$ 460 milhões, com expansão de 85%. Os prêmios bateram R$ 3,8 bilhões, o que representa um aumento de 17,8%. As ações da seguradora acumulam alta de 105% nos últimos 12 meses. O aumento de 85% do lucro, segundo a diretora, teve a contribuição de dois fatores: a venda da carteira de pessoas físicas do seguro saúde para a Amil e a vitória no Supremo Tribunal Federal sobre a provisão do Cofins. Esta decisão gerou receita extraordinária de cerca de R$ 69 milhões.
Em teleconferência com analistas e a imprensa, os executivos da Porto Seguro destacaram também a contribuição da subsidiária Azul Seguros. A empresa foi adquirida 2003 da francesa AXA, e opera com prêmios menores e menos serviços. Assim, seus prêmios aumentaram 38%, para R$ 309 milhões. O lucro líquido cresceu 52%, para R$ 34,7 milhões, e o retorno patrimonial foi de 37%. Segundo Mario Urbinati, diretor de relações com investidores da Porto Seguro, a Azul vem ganhando mercado inclusive nas cidades de São Paulo e Rio. Dos prêmios totais da Porto Seguro, 65% vêm da venda de Seguros de carros. Com a expansão da Azul, que vai entrar em mais quatro praças este ano, essa participação tende a aumentar ainda mais, afirmou Guido Lemos, gerente de RI.
A Porto Seguro terminou 2006 como a terceiro maior seguradora brasileira, atrás de Bradesco e Sul América, e à frente de Unibanco e Itaú. No mercado de autos, a Companhia é líder, com participação de 18,2% no Brasil. Na cidade de São Paulo, tem cerca de 30% das apólices. A seguradora terminou o ano com frota segurada de 1,4 milhão (no final de 2005, era 1,3 milhão).
Índices
A sinistralidade na carteira de autos caiu em 2006. Na Porto Seguro, esse índice passou de 57,9% para 49,8%. Na Azul, foi reduzido de 67,3% para 59,5%. O índice combinado (que avalia a eficiência operacional) caiu de 101,7% em 2005 para 95,8%. Segundo Urbinati, a meta, em um cenário de juros em queda, é continuar reduzindo o indicador. “A redução da taxa Selic no ano trará impactos para companhias que ainda têm um índice combinado acima de 100%”, explicou. Para Urbinati, as empresas terão de buscar um mix diferente de produtos para obter um melhor resultado operacional, além de diversificar as aplicações para ter maior rendimento, compensando assim a queda da Selic.
Solvência:
A Porto Seguro não precisará fazer aporte de capital para se adequar às novas regras de solvência divulgadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). “Segundo cálculos feitos pela nossa área e estatística, se as regras estivessem vigentes em 2006, a Companhia já estaria enquadrada. A expectativa para os próximos dois anos é que não haverá necessidade de aporte adicional, tendo-se como parâmetro o cenário atual”, explicou Mário Urbinati.