Notícias | 15 de maio de 2025 | Fonte: InfoMoney

Planos de saúde batem recorde de beneficiários, puxados pelo emprego formal

A retomada do emprego formal no Brasil já reflete no mercado de saúde suplementar. O número de brasileiros com planos médico-hospitalares no País, em março de 2025, chegou a 52,1 milhões de beneficiários, o maior patamar da série constatado na 105ª edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), publicada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

Nos 12 meses encerrados em março, o Brasil gerou 1,6 milhão de novos empregos com carteira assinada, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Novo Caged.

No mesmo período, os planos de saúde coletivos empresariais, vinculados ao mercado formal, cresceram 3,5%, com a adesão de 1,27 milhão de novos usuários. Hoje, essa modalidade responde por 72% dos vínculos ativos no setor.

“Há uma correlação direta entre o crescimento do emprego formal e o aumento da cobertura dos planos empresariais, o que reafirma a importância do vínculo empregatício para o acesso à saúde suplementar no Brasil.”, afirma o superintendente executivo do IESS, José Cechin.

Segundo ele, o mercado de trabalho, no entanto, passa por transformações estruturais, como o avanço do empreendedorismo, da informalidade e de novas formas de prestação de serviço. “Será cada vez mais necessário discutir como a saúde suplementar vai se ajustar a essa nova dinâmica”, alerta.

Número de beneficiários em planos de saúde 

  • Médico-hospitalares: 52.127.407
  • Odontológicos: 34.600.473

Histórico dos planos empresariais

Conforme análise da NAB, o crescimento da cobertura nos planos coletivos empresariais é ainda mais expressivo quando se observa a série histórica. Em 2000, esses planos somavam cerca de 6 milhões de beneficiários. Hoje, são mais de 37,6 milhões, o que representa um salto de 520% em 25 anos.

Em contrapartida, os planos individuais ou familiares, que enfrentam restrições regulatórias para novos contratos e reajustes, vêm perdendo espaço. No último ano, essa modalidade registrou queda de 1,3% no número de beneficiários. 

A retração também atingiu os planos por adesão, geralmente voltados a profissionais de categorias organizadas por sindicatos ou associações.

“O crescimento observado no último ano concentrou-se exclusivamente nos contratos empresariais. Isso mostra a urgência de políticas públicas voltadas à sustentabilidade e diversificação do acesso à saúde suplementar”, afirma Cechin.

Desempenho regional 

Entre os estados, São Paulo liderou a expansão dos planos médico-hospitalares, com 295 mil novos beneficiários. O estado também foi destaque nos planos exclusivamente odontológicos, com mais de 517 mil novas adesões. Na outra ponta, o Rio de Janeiro apresentou a maior retração, perdendo 126,7 mil vínculos médico-hospitalares.

O segmento de planos odontológicos também registrou crescimento expressivo, com 2 milhões de novos vínculos em 12 meses, alcançando um total de 34,6 milhões de beneficiários, alta anual de 6,2%.

Perspectivas 

Para o IESS, os dados sinalizam não apenas uma recuperação no pós-pandemia, mas uma consolidação do papel dos planos empresariais como principal porta de entrada para a saúde privada no Brasil. No entanto, a concentração dessa modalidade também acende um alerta: com a transformação das relações de trabalho, cresce a necessidade de debater novos modelos de acesso e financiamento, especialmente para trabalhadores fora do regime CLT.

“Déficits de acesso à saúde suplementar acabam pressionando ainda mais o SUS. Ampliar alternativas sustentáveis no setor privado também é uma questão estratégica de política pública”, avalia Cechin.

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