O jornal Valor Econômico traz hoje uma reportagem do editor Mauro Arbex sobre a disputa pelos seguros milionários da Petrobras, que a cada ano movimenta o mercado no primeiro trimestre do ano. Segundo ele apurou, foi definido, no fim da semana passada, o consórcio que será responsável pelos riscos de engenharia de novas unidades da estatal e reformas de plantas já existentes.
A reportagem informa que os seguros envolvem bens avaliados em mais de US$ 2 bilhões e prêmios às companhias da ordem de US$ 46 milhões, um dos maiores do setor. As seguradoras Allianz, com 40%, Mapfre, com 40%, e Bradesco, com 20%, ganharam a licitação para as obras de engenharia da Companhia Petroquímica do Rio (Comperj), em construção no Rio, e da Refinaria Abreu e Lima, conhecida como Refinaria do Nordeste, no município de Ipojuca, na região metropolitana do Recife, em Pernambuco. As informações são de executivos do mercado segurador, que participaram da concorrência. Em nota, a Petrobras confirmou o resultado da licitação.
O consórcio será responsável também pelas reformas nas refinarias Duque de Caxias (Reduc), no Rio, do Planalto Paulista (Replan), em Paulínia, em São Paulo, e de Gabriel Passos (Regap), situada na divisa dos municípios de Betim e Ibirité, em Minas Gerais. Participou ainda da licitação, que ocorreu há cerca de três semanas, outro consórcio, formado pela Itaú Seguros e Fator Seguradora.
Segundo apurou o Valor, é primeira vez que a Petrobras fará um contrato único para os riscos de engenharia das várias refinarias em obras e reformas. Em geral, a estatal realizava licitações separadas. “É um processo inédito da Petrobras, uma inovação, que facilita a contratação dos seguros”, afirma um dos executivos que acompanhou a concorrência. Além dos dois consórcios que entraram na disputa, a Petrobras convidou ainda outras grandes seguradoras, como a Ace, Zurich e Tokio Marine, informa esse executivo.
Além do resultado dessa concorrência, o mercado aguarda também a definição dos seguros patrimoniais, como navios, plataformas e refinarias. Essas apólices cobrem, por exemplo, a explosão de uma caldeira e garantem as operações do dia a dia da estatal. Nesse caso, conforme fontes do mercado, embora o valor segurado seja bem maior, cerca de US$ 90 bilhões, pois envolve todos os ativos da Petrobras, os prêmios deverão ser menores, já que o risco também é menor.
Uma das alternativas que vêm sendo estudadas pela Petrobras é a prorrogação do contrato feito no ano passado com o consórcio formado pela Itaú Seguros, Mapfre e Allianz, que venceu a concorrência para segurar os bens da estatal. A definição deve sair em abril, mas a Petrobras terá, antes, de consultar as empresas envolvidas e verificar se há concordância na prorrogação.