O diretor técnico e de estudos da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Alexandre Leal, afirmou na sexta-feira, 17, que eventos como as enchentes no Rio Grande do Sul são um exemplo dos motivos pelos quais o setor de seguros precisa ganhar maior participação na economia brasileira.
“O número de segurados no Brasil é muito baixo, nós precisamos ampliar”, disse ele, durante webinar promovido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) para tratar do papel dos seguros para a proteção financeira nas enchentes que o Estado enfrenta nas últimas duas semanas.
Especialistas de mercado estimam que a perda segurada que as enchentes causarão tem o potencial de ser a maior associada a um evento climático da história do País. Entretanto, também afirmam que essa perda deve equivaler a algo entre 5% e 10% da perda econômica total, diante da baixa participação do setor no PIB.
Seguro obrigatório
Leal disse que o seguro obrigatório para proteção contra catástrofes, proposto pela Confederação no ano passado, poderia estar pagando indenizações em um momento como o atual.
Pela proposta da CNseg, este seguro teria preços abaixo de R$ 10 por mês, e seria cobrado através das contas de luz de consumidores de todo o País.
“Um dinheiro que a pessoa vai receber no dia seguinte da ocorrência do evento, para alimentação, medicação, comprar roupa, para alojamento, para que a pessoa possa sobreviver ao dia seguinte. Seria a criação para um modelo ágil no apoio às vítimas”, completa.
A proposta, entregue em setembro de 2023 ao ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, prevê pagamento de indenizações com o valor depositado por pix imediatamente após as autoridades decretarem estado de calamidade ou atestarem o desastre.
A indenização seria de R$ 15.000 por residência e de R$ 5.000 a cada óbito. A proposta do seguro foi desenhada diante de uma série de eventos climáticos extremos, como as enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul ano passado, muito menores que as deste ano.