Notícias | 16 de outubro de 2003 | Fonte: Gazeta Mercantil

Pamcary e Sul América criam produto

A Pamcary, corretora de seguros especializada em transportes, quer conquistar as pequenas e médias empresas, com faturamento inferior a R$ 2,5 milhões. Em parceria com a Sul América Seguros, sócia do grupo holandês ING, está lançando o Pamcarga Embarcador, que oferece cobertura para danos causados à mercadoria durante o transporte. “As pequenas e médias empresas praticamente não vinham conseguindo ter acesso ao seguro, ainda que ele seja legalmente obrigatório”, disse Alexandre Mauro, diretor da Pamcary.
O objetivo da Pamcary, que detém 25% da carteira de seguros de transportes no País, e da Sul América, líder no ranking de transporte, com cerca de 15% dos prêmios totais do segmento, foi minimizar dois dos principais problemas dos pequenos e médios estabelecimentos da indústria e do comércio: preço elevado e burocracia excessiva. Segundo cálculos da Pamcary, o produto tem um custo médio 50% menor, considerando um mix de viagens de percursos curtos, médios e longos. Segundo Ivan Passos, vice-presidente de riscos industriais e comerciais da Sul América, é um nicho pouco explorado porque o prêmio individual não é relevante.
O contrato levou mais de um ano para ser finalizado. “Precisávamos desenhar um perfil de segurados para determinar uma tarifa mais acessível. Para isso levantamos quais as empresas que não têm acesso fácil ao seguro; que tipo de carga operam, quais os percursos e quais as ocorrências de danos mais frequentes”, disse Mauro. Roubo é o problema mais frequente entre as empresas pesquisadas. Por isso, algumas mercadorias tiveram de ser excluídas desse produto, para que o preço pudesse ser reduzido. Entre elas, medicamento, cigarro, eletroeletrônico, celulares e animais vivos estão entre outras.
O seguro de transporte geralmente leva em consideração a distância percorrida pelo veículo para calcular o valor do seguro. Para reduzir o preço, a saída da Pamcary e da Sul América foi desenhar um contrato que não prevê condições que variam de viagem para viagem, para assim poder vender o produto por um valor anual fixo, equalizando todos os roteiros.
Para driblar a burocracia, o produto dispensa a empresa de fazer a averbação, que é um relato de detalhes de cada viagem antes do embarque, como acontece com grandes embarcadores. “Estes pequenos seguros exigem um sistema complexo de controle dos embarques e ainda sofrem com a escalada de roubos de determinadas mercadorias”, disse Mauro. Segundo Passos, aqui entra um grande fator que determinará a vigência da apólice. “O item mais importante do produto é que ele requer uma maior confiança entre os envolvidos”, disse o executivo da Sul América. A estimativa é de que 1 mil clientes comprem o produto até o final de 2004, gerando prêmios de R$ 15 milhões. A projeção tem como base a venda de 2,5 mil apólices do Pamcarga, um produto similar lançado há 6 anos, para o pequeno e médio.

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