Os benefícios do fim do monopólio do IRB para o mercado segurador brasileiro

O mercado de seguros está otimista com o governo Lula, que completou os primeiros quatro meses de administração com uma performance muito acima das expectativas. O cenário favorável impulsiona e anima o andamento das reformas prioritárias, como a da previdência e a tributária. No segmento de seguros, também há reformas de peso por realizar. Uma das mais importantes diz respeito ao ramo de resseguro, atividade pouco conhecida do grande público, porém essencial para o funcionamento das companhias de seguro. No Brasil, a atividade é um monopólio do Estado, representado pelo IRB-Brasil Re, uma das mais antigas estatais brasileiras. O IRB-Brasil Re é uma empresa estatal porque 100% das suas ações com direito a voto pertencem ao Estado. Não há absolutamente nenhum impedimento para que o Congresso extingua um IRB-Brasil Re estatal, tornando-se um player do mercado. É preciso que seja quebrado o monopólio para que as seguradoras tenham acesso a planos de resseguro modernos, que a estatal não oferece. O fim do monopólio traria competição ao segmento, com a conseqüente redução nos preços, implicando redução de custos para todas as empresas que contratam seguros. Em todos esses anos de operação, o IRB-Brasil Re trouxe alegrias ao mercado. No ano passado, a empresa faturou perto de R$ 2 bilhões. A competição fará muito bem ao IRB-Brasil Re e ao mercado brasileiro. A empresa se oxigenará, poderá renovar sua estrutura num ambiente competitivo. Dado o interesse internacional pela abertura e o apoio do sistema segurador brasileiro, o novo governo poderia colocar em discussão o fim do monopólio do resseguro. Existem propostas que permitiriam vincular o término desse monopólio ao resgate do valor do IRB-Brasil Re. Em que todos sairiam ganhando.