Notícias | 14 de outubro de 2024 | Fonte: CQCS l Ítalo Menezes

Open Insurance: o futuro do Mercado de Seguros

No último sábado (12), aconteceu o segundo dia do 23º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, no Rio de Janeiro. Na ocasião, os presentes participaram de diversos painéis que discutiram os mais variados assuntos referentes ao setor. Mediado pelo professor da Escola de Negócios e Seguros (ENS), Samy Hazan, o painel intitulado “Open Insurance: o que é e o que esperar?” abordou as principais transformações do mercado de seguros, destacando o Open Insurance como uma ferramenta essencial para o futuro do setor.

Segundo Samy Hazan, a sociedade tem passado por mudanças rápidas, especialmente desde a pandemia. “Essas mudanças são chamadas de transformação digital, e muitas vezes as confundimos com o aspecto humano. Quero lembrar a vocês das forças que impulsionam essa transformação. A primeira é a tecnologia inovadora”, afirma. O especialista destacou que o Open Insurance é um sistema que facilita o acesso a seguros com praticidade e segurança, colocando o cliente no centro.

Membro independente do Open Insurance Brasil, Fábio Mozer reforçou que a iniciativa surgiu com base na experiência do Open Banking, implementado no Reino Unido em 2018, e trouxe avanços significativos para o Brasil. “O Open Insurance facilita tanto para o corretor quanto para o cliente, porque, através do sistema, será possível cotar todas as empresas de uma vez só e com prazos definidos para resposta”, diz. Segundo ele, o objetivo é oferecer uma jornada mais ágil e digitalizada, incluindo facilidades no processo de aviso de sinistros.

No entanto, um dos maiores desafios relacionados ao Open Insurance é a segurança dos dados compartilhados. Para Júlia Normande, diretora da Susep, que participa ativamente da regulação do setor, as ações da Superintendência são fundamentais para garantir a proteção das informações. “Temos que ter cuidado com um ambiente de compartilhamento de dados. O regulador precisa estar atento”, ressalta. Além disso, a executiva destacou que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) garante maior segurança e controle sobre o uso das informações dos clientes.

De acordo com Manoel Matos, vice-presidente da Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros), o Open Insurance está diretamente ligado à confiança, um dos pilares da atuação dos corretores. “Quem é o corretor, senão o profissional de confiança dos clientes? Muitas vezes, fazemos o papel de compartilhar essa confiança”, diz. Matos também enfatizou a importância da SPOC (Serviço de Provedor de Open Insurance), que facilita o acesso dos corretores às ferramentas tecnológicas necessárias para atender melhor seus clientes.

Por outro lado, o desafio de adesão ao Open Insurance para corretores menores é um ponto de atenção. Cássio Amaral, fundador e membro dos conselhos executivo e consultivo do Instituto de Inovação em Seguros e Resseguros da FGV, frisou que “o corretor que tem condições regulatórias e financeiras pode se tornar SPOC, mas isso traz consequências, como passar a ser operador de dados”. O especialista também mencionou que a adesão à SPOC permite ao corretor gerenciar digitalmente as apólices e carteiras de clientes, tornando o processo mais eficiente.

Para Marco Antônio Gonçalves, presidente do Conselho Consultivo da MAG Seguros, o Open Insurance representa uma mudança estrutural no mercado de seguros, que agora coloca o cliente no centro das decisões. “Desde o início, eu dizia que o Open Insurance não é uma decisão de governo, mas de Estado. Daqui em diante, temos que nos aliar e aprimorar esse sistema, sem alijar o corretor do processo”, comenta. Ele também ressaltou o potencial de empoderamento do cliente e de maior competitividade para os corretores. “O corretor que se preparar e se antecipar ao processo vai se tornar um grande gestor de riscos para seus clientes”, concluiu.

O Open Insurance, portanto, representa uma revolução no setor, que promete facilitar o acesso a seguros e oferecer mais transparência e competitividade, ao mesmo tempo em que preserva a segurança e o papel central do corretor na vida de seus clientes. Para muitos, é uma oportunidade de liderar um novo capítulo na história dos seguros.

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