A operadora de plano de saúde voltada para o público de alta renda Omint acaba de concluir um investimento de R$ 50 milhões para a construção de sua nova sede e está revendo sua projeção de crescimento para o próximo ano por conta do atual cenário econômico mundial. “Acho que as companhias vão diminuir os investimentos. Com isso, estamos revendo para baixo nossa projeção de crescimento, mas ainda não sabemos em quanto vai ficar”, disse Andre do Amaral Coutinho, diretor geral da Omint. Nos últimos dez anos, o faturamento da operadora de saúde vinha crescendo em média 14% ano ano.
Para o executivo a turbulência financeira não fará com que seus atuais clientes migrem para planos de saúde com preços inferiores. Ele argumenta que ainda há espaço para crescer, principalmente, no Estado de São Paulo. “Hoje temos 86 mil vidas e há em São Paulo 1,5 milhão de pessoas com condições para comprar nossos planos”, disse o diretor da Omint, que possui uma carteira de clientes com 1,5 mil empresas como Embraer, Microsoft, Goldman Sachs, entre outras.
Há 28 anos no Brasil, o investimento de R$ 50 milhões na nova sede, com 10 mil m2 de área útil, é o maior já efetuado pela operadora que planeja encerrar o ano com um faturamento de R$ 440 milhões. Em 2007, a receita da Omint somou R$ 388 milhões e o lucro líquido ficou em R$ 32,4 milhões, mesmo patamar registrado em 2006.
O plano de saúde pertence ao empresário argentino Juan Carlos Villa Larroudet, dono também da Omint Argentina. Porém, no país vizinho, onde foi fundada a empresa em 1967, a Omint também atende as classes B e C e tem um total de 400 mil beneficiários. As duas empresas operam de forma independente.
O principal concorrente da Omint no mercado brasileiro de planos de saúde premium é a Lincx, que tem um número menor de beneficiários. Apesar de contar com apenas 25 mil vidas, seu faturamento no primeiro semestre somou R$ 140 milhões. Nesse mesmo período, a Omint fechou com uma receita de R$ 211,6 milhões.
Mesmo com a crise nos mercados, o setor de saúde continua promovendo aquisições. Somente nos últimos dez dias, foram fechados três negócios entre operadoras e laboratórios. Perguntado se a Omint também entraria na onda de consolidação, Coutinho informa que não mantém conversações com nenhuma empresa do setor. “O dono da Omint não tem nenhuma intenção de vender a empresa e também não estamos negociando a compra de ninguém”, disse o diretor geral da operadora, que também atua no segmento odontológico.