Como em todas as áreas, e na nossa não pode ser diferente, a responsabilidade sobre os atos e omissões existe e deve ser observada pelo profissional. Como usuário antigo do CQCS observo que as reclamações são sempre direcionadas aos OUTROS: à seguradora, ao cliente, ao Colega, à SUSEP, aos Sindicatos etc.
Não me lembro de ter lido algo como: “Corretor indeniza segurado por seu erro” ou algo parecido.
Deve ser, como no meu caso, para não dar visibilidade ao erro. Na minha Corretora já indenizamos vários segurados ao longo destes 14 anos. No nosso primeiro contrato de saúde empresarial, em 1998, tivemos que pagar uma cirurgia porque erramos na promessa ao cliente. Já indenizamos o reparo de um veiculo por não termos feito o endosso de substituição. Já indenizamos a diferença de tarifa por erro no perfil. Enfim, sempre assumimos o nosso erro e pagamos por ele.
Hoje estamos protocolando na seguradora os documentos de um sinistro de vida em que a empresa não informou a movimentação e acredito que será negada a indenização, apesar de não ter havido má fé nem do segurado e nem da Corretora. Para ser sincero já estou juntando o dinheiro.
Por que este papo agora? Apenas para fundamentar as próximas linhas.
Todos os meses recebo ligações de Colegas que me pedem orientação para conduzir determinado negocio em saúde. Acho que é pela forma que conduzo a minha vida. As pessoas sabem que sempre encontrarão uma opinião honesta e desinteressada. Já vi diversos profissionais do mercado saírem de uma posição de total desconhecimento e hoje estarem brilhando na condução de seus negócios. Tenho muito orgulho de ter contribuído na formação destas pessoas.
Em outro texto que escrevi aqui, houve um comentário, via email, de uma pessoa aborrecida com o meu posicionamento sobre os “PASTINHAS”. Desculpei-me e disse a ela que não havia me referido aos Corretores PF e sim aos FALSOS CORRETORES, que maculam a nossa profissão. E olhe que sempre fui honesto quanto a isto, EU TAMBEM FUI UM PASTINHA DE UMA CORRETORA.
Esta semana foram três ligações pedindo ajuda para resolver problemas causados por má venda. Uma delas o representante da corretora não usou de má fé, apenas não tinha um conhecimento mais profundo. Fui indicado por um cliente para resolver e estou ajudando a corrigir o desgaste junto à empresa e a operadora.
Mas um caso me chamou a atenção e me indignou ao ponto de querer falar sobre isto. Um vendedor de plano de saúde, e não pode ser chamando de outra forma, tirou uma família do seu plano individual para oferecer as mil maravilhas do plano coletivo por adesão da Qualicorp. E isto está cada dia mais frequente. Entre outras promessas estavam a cobertura de atendimentos estéticos, cirurgias estéticas, carboxiterapia, drenagem linfática e outros absurdos. A não ser que eu tenha desaprendido isto não existe.
Isto ocorre todos os dias. Pessoas movidas apenas pela ganancia, sem nenhuma responsabilidade com as necessidades, interesses e impedimentos do cliente vivem a convencer estas pessoas a mudar o seu plano. Esta é a forma para ganhar uma nova comissão.
Precisamos entender que COLETIVO POR ADESÃO NÃO É INDIVIDUAL, e que isso faz uma grande diferença. Esta forma de contratação foi desenvolvida e normatizada para atender a uma fatia do mercado que não conseguia contratar um plano individual de qualidade e que também não se enquadrava nos critérios para fazer parte de um plano empresarial. O plano individual é um ativo importante para quem tem saúde debilitada ou idade avançada, mas nem isso é respeitado na hora de vender, mal.
Para mim está claro que a responsabilidade é do CORRETOR e não do PASTINHA. Portanto precisamos pensar numa forma de continuar vendendo, mas sem prejudicar para sempre uma pessoa ou uma família.
Indenizar uma perda material é possível, ressarcir uma indenização de seguro de vida pode ser duro, mas também é possível. Arcar com os custos de um tratamento longo e, cada vez mais caro como observamos no dia a dia, acho impossível. Para a família e para o Corretor.
Temos tantas oportunidades, não precisamos prejudicar ninguém para ganhar o nosso pão. Não podemos manchar a reputação de toda uma categoria por desleixo na condução dos nossos negócios.
Com a palavra quem pensa diferente. Posso estar errado, mais uma vez.