Notícias | 8 de setembro de 2003 | Fonte: Tâmara Wink

O mercado segurador e a economia brasileira

Para arcar com os eventuais sinistros as seguradoras acumulam recursos, as reservas técnicas, formadas por ativos diversos, com o objetivo de gerar fundos para o pagamento das futuras indenizações.
Um percentual destas reservas deve ser, obrigatoriamente, aplicado no mercado financeiro, desde a sanção da Lei 4.595, em 31 de dezembro de 1964, que enquadrou as seguradoras como instituições financeiras, regidas por critérios estabelecidos no CMN (Conselho Monetário Nacional), fazendo com que as seguradoras sejam grandes investidores institucionais, cujo papel é fundamental para o mercado – garantindo a sua estabilidade – e demonstra a importância do mercado segurador no equilíbrio e desenvolvimento econômico de um país.
No Brasil, onde temos uma economia reflexa, que importa não só o capital estrangeiro, mas também as crises mundiais, a importância dos investidores institucionais é potencializada.
Pois para que o país saia desta condição é necessário criar a cultura da poupança, e os seguros têm, então, um papel fundamental.
Afinal, as reservas técnicas das companhias seguradoras nada mais são do que grandes fundos de poupança aplicados conforme resolução em vigor.
E a atual legislação faz das companhias seguradoras uma das mais importantes geradoras da poupança Nacional.
No entanto a participação da indústria de seguros no PIB (Produto Interno Bruto) ainda é mínima, se comparada com outros países industrializados e com a sua importância na economia.
Isto porque não temos no Brasil uma cultura do seguro.
Estima-se que apenas 17,5% da população tenha algum tipo de seguro e o consumo per capita de produtos de seguro é muito baixo, como em toda América Latina.
As pessoas ainda crêem no auto-seguro e o custo dos produtos, em decorrência da pouca massa segurada e da grande quantidade de fraudes, é alto, impossibilitando a oferta de produtos a maioria da população, formada pelas classes C e D, menos favorecidas.
Mesmo entre aqueles que possuem um produto de seguro hoje existe uma grande parcela que não reconhece a sua necessidade, pois adquiriu o produto para obter alguma vantagem ou serviço ou não obteve as explicações e orientações necessárias para compreender a importância de possuir seguro para os seus bens.
Existe, portanto, um mercado potencial gigantesco a ser explorado, com muitas dificuldades a serem vencidas, para que o mercado segurador exerça uma função chave no equilíbrio e estabilidade econômica.
Grandes desafios aos profissionais que atuam no setor.
 Desenvolver colaboradores para garantir maior grau de profissionalismo e comprometimento, permitindo assim o melhor gerenciamento dos riscos e administração das reservas, além do desenvolvimento e oferta de produtos que atinjam massas cada vez maiores de consumidores.
 Criar maneiras de atuar em conjunto com todos os players do mercado: seguradoras, corretores, operadoras de saúde, entre outros, visando o desenvolvimento da cultura do seguro na população nacional.
 Participar ativamente nas decisões do governo relacionadas a melhoria da distribuição de renda e das condições sociais, como a violência.
Ações como estas garantirão o desenvolvimento do setor e, consequentemente, a criação da poupança nacional e o equilíbrio e desenvolvimento econômico.

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