Notícias | 22 de julho de 2003 | Fonte: O Estado de S.Paulo

O carro estacionado sumiu? Ele pode ter sido guinchado

Retirar o veículo do pátio da Barra Funda custa caro: R$ 329,65 pelo guincho e R$ 16,22 por diária
Não encontrar o carro no local estacionado pode levar muita gente a deduzir que seu veículo foi furtado. Mas ele pode ter sido guinchado.
Foi o que ocorreu em abril com a ortoptista Elaine Gonçalves. Ela parou o carro à Rua Loefgren sem ver a placa indicando que era proibido estacionar.
Segundo ela, havia outros carros estacionados no local. Ao retornar com o marido, não encontrou o veículo e não havia nenhum cavalete informando que havia sido guinchado.
Pensando que o carro tinha sido roubado, eles fizeram um boletim de ocorrência e deram entrada no seguro. “Um dia antes do marcado para receber o valor do seguro, 25 dias depois de darmos a entrada nos papéis, recebemos uma multa por estacionamento em local proibido,” conta Elaine. Foi então que seu marido desconfiou que o carro havia sido guinchado, foi ao pátio da CET e o encontrou. “O prejuízo foi grande porque pagamos 25 diárias, além do valor da remoção. Mas se tivéssemos recebido o valor do seguro, a confusão poderia ter sido maior.”
Segundo Elaine, no pátio da CET funcionários comentaram que é muito comum o roubo e a danificação de cavaletes que avisam sobre o guinchamento. Segundo Luiz Pavão, da CET, no caso de Elaine, a notificação pode ter sido extraviada.
Já o engenheiro Henrique Presch soube da remoção ao encontrar o cavalete no local em que havia estacionado o carro. Segundo diz, “estacionei o carro a uns dez metros de um ponto de ônibus”. Mas, foi guinchado. “Não havia nenhuma placa indicando que era proibido estacionar. Liguei para o telefone de informações e me disseram que eu tinha parado próximo ao ponto de ônibus”, conta.
Presch retirou o veículo no dia seguinte e ainda não recebeu a multa: “Vou esperar a multa chegar para entrar com recurso pedindo o ressarcimento do valor de guincho e diária.”
Números altos – Todos os meses são guinchados cerca de 1,5 mil veículos na capital pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o que representa uma média de 75 carros por dia. O número é alto, principalmente se for levado em consideração o fato de que a CET só remove os veículos por estacionamento irregular – o Detran e a Polícia Militar podem fazer a remoção e apreensão se houver outras irregularidades.
Segundo o gerente de suporte da CET, Luiz Pavão, existem várias situações no Código de Trânsito Brasileiro que prevêem, além da aplicação de multa, a remoção do veículo. “Dessas, a CET prioriza algumas porque causam maiores prejuízos ao trânsito”, explica. Entre elas, estão os estacionamentos que prejudicam mais o trânsito.
“Irregularidades cometidas próximo a corredores de transporte coletivo ou áreas de grande acesso de pedestres são mais suscetíveis a remoção por uma questão de segurança”, diz Pavão.
Ao flagrar o carro estacionado irregularmente, o fiscal de trânsito aplica a multa e chama o guincho. O automóvel é levado ao pátio da CET (R. Dr. Rubens Meirelles, 235, Barra Funda) e, no local da infração, é deixado um cavalete informando que o veículo foi removido com um telefone para informações (0800-7714181). Nesse número é possível obter orientação sobre os procedimentos para retirar o carro.
Segundo Pavão, o dono do carro ainda recebe uma notificação de guinchamento pelo correio, que leva cerca de uma semana. A multa chega normalmente até 30 dias após a autuação e pode variar de R$ 85,13 a R$ 127,69 (quatro ou cinco pontos na CNH, dependendo do motivo).
Burocracia – Para retirar o carro o proprietário deve ir ao posto do Departamento de Operações do Sistema Viário (DSV) no prédio do Detran (Av. Pedro Álvares Cabral, 1.301, Ibirapuera) com originais e xerox do RG e Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) atualizado. Lá, ele deverá quitar multas de trânsito e IPVA atrasados do veículo, se houver.
Ele terá também de pagar a taxa de remoção (R$ 329,65), mais R$ 16,22 por dia no pátio e uma tarifa bancária de R$ 1,28. Após quitar as pendências, o dono recebe um termo de liberação para a retirada. O prazo máximo para retirada é de 90 dias e os veículos que não forem buscados podem ir a leilão público.
SUELI OSÓRIO

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