Notícias | 17 de junho de 2024 | Fonte: CQCS l Ítalo Menezes com informações do Valor Econômico

Nova parceria entre Dasa e Amil cria Rede Hospitalar avaliada em R$ 10 bilhões 

Reprodução: Bloomberg Línea

Conforme noticiado pelo CQCS na última sexta-feira (14), a fusão dos hospitais da Dasa e Amil intensifica a consolidação entre operadoras de planos de saúde e hospitais que historicamente atuavam em lados opostos. No mês passado, a Rede D’Or (controladora da SulAmérica) e a Bradesco Seguros (dona da maior seguradora de saúde do país) também se juntaram na criação de uma empresa hospitalar. Antes, a Oncoclínicas já havia firmado ‘joint venture’ com a Porto Seguro Saúde e Unimed Nacional. As informações são do site Valor Econômico. 

 “O acordo de associação estabelece uma nova parceria entre duas empresas relevantes no setor e que atuam de maneira mais abrangente em saúde, incluindo os segmentos de diagnósticos e de operadores de planos de saúde”, informa fato relevante da Dasa. A nova empresa poderá ser listada no futuro.

As operadoras e os hospitais também têm firmado parcerias comerciais em projetos de expansão. Muitos grupos só estão colocando de pé um plano de crescimento se houver a garantia de que a nova unidade será credenciada pelo plano de saúde. Existem também outros modelos mais amarrados como o da Oncoclínicas que firmou acordos com a Unimed Nacional para construção de hospitais dedicados ao tratamento oncológico. O novo “cancer center” de São Paulo, por exemplo, é orçado em R$ 300 milhões, sendo que R$ 75 milhões virão da cooperativa médica que pagará esse valor na forma de geração de receita de usuários de seus planos de saúde encaminhados à nova unidade. A outra fatia de R$ 225 milhões é investimento da Oncoclínicas na construção do hospital.

A nova companhia, fruto da combinação de ativos de Dasa e Amil, tem receita líquida anual de R$ 10 bilhões e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 777 milhões. A empresa passa a se chamar Ímpar, que já era o nome do grupo hospitalar da família Bueno até o fim de 2019, quando houve a união com a Dasa que, até então, A companhia combinada passa a ter 4,4 mil leitos distribuídos em 25 hospitais reconhecidos, como Nove de Julho, Santa Paula, Leforte, Samaritano e Pró-Cardíaco, além das clínicas oncológicas COI. A maior parte dos hospitais está em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Tendo em vista apenas os grupos sem vínculo direto com operadora de planos de saúde, a nova companhia se consolida como a segunda maior rede hospitalar (a Dasa sozinha já ocupava essa posição), atrás da líder Rede D’Or, que tem quase 12 mil leitos – ou seja, quase três vezes mais. Há ainda a Hapvida, cujos hospitais próprios têm 5,7 mil leitos. O acordo não contemplou o Hospital da Bahia, em Salvador, e São Domingos, em São Luís, além da rede de clínicas para tratamento oncológico Amo, na Bahia. Esses ativos que tiveram um Ebitda de R$ 310 milhões, no ano passado, poderão ser vendidos num segundo momento.

Do lado de Amil, também não fazem parte da transação os hospitais Monte Klinikum e Promater, localizados em Fortaleza e Natal, respectivamente. Segundo fontes, grupos de saúde que atuam no Nordeste têm interesse em adquirir esses hospitais. Os hospitais que atendem os usuários da operadora também não fazem parte dessa negociação iniciada há seis meses

A transação contempla ainda a transferência de uma dívida de R$ 3,85 bilhões da Dasa ao novo grupo hospitalar. A alavancagem da Dasa cai de 4,2 para cerca de 3 vezes o Ebitda, já considerando o adiantamento de aporte (FAC) de R$ 1,5 bilhão feito pela família Bueno, no mês passado. Com essa transferência de dívida, a Dasa vai efetivar o aumento de capital que estava condicionado a uma redução de pelo menos R$ 2,5 bilhões no passivo. O BTG foi o assessor da Dasa e a BR Partners da Amil.

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