Notícias | 26 de setembro de 2005 | Fonte: segs.com.br

Não decidir é uma decisão

Cesar Vasconcellos de Souza – psiquiatra e psicoterapeuta

Atualmente no Fellowship Physician Program – WILDWOOD LIFESTYLE CENTER AND HOSPITAL – Estados Unidos

Hoje o Dr. César vai falar sobre decisão:

Diariamente precisamos tomar decisões, simples ou complexas, fáceis ou difíceis. Decisões que têm que ver com a direção de nossa vida geralmente não são fáceis de serem tomadas. Por exemplo, mudar o local de residência, de cidade, fazer um trabalho diferente, decidir namorar alguém, romper um relacionamento, casar, divorciar, submeter-se a certos tratamentos médicos, comprar algo necessário e caro quando não há recursos sobrando, escolher que profissão seguir, que curso tomar, etc.

Para as decisões corretas necessitamos de sabedoria. Não é o mesmo que inteligência. Muita gente inteligente toma decisões muito erradas. Parece que não é a maioria das pessoas que possui sabedoria que a ajudam a tomar as melhores decisões. Não é, pois, a cultura escolar que garante decisões acertadas.

Pessoas mais impulsivas, mesmo inteligentes, cometem sérios erros de decisão na vida. Porém, pessoas muito passivas também, porque elas adiam decisões e ficam omissas.

O desafio para todos, portanto, seja uma pessoa impulsiva ou lenta, é como agir com sabedoria a fim de obter resultados positivos. E para isto não há uma resposta simples.

Para algumas pessoas a sabedoria vem com o avançar da idade devido às experiências da vida. Mas será que a idade cronológica por si só produz sabedoria? Se isso for verdade, então todas as pessoas idosas são sábias e, portanto, tomam decisões certas. Elas tomam? Talvez a resposta seja: algumas sim e outras não. Então, a sabedoria não é necessariamente uma aquisição da idade da pessoa.

Pode nos ajudar se pensarmos sobre este assunto lembrando que somos seres humanos falíveis, não-deuses, limitados e parciais. Por “parciais” me refiro ao fato de que não sabemos tudo, não temos uma visão 360º. nem física e nem intelectualmente. Vemos em parte, sabemos em parte, podemos em parte. Isso é ser humano.

Parece que algumas vezes é melhor não tomar nenhuma decisão, o que significa um tipo de decisão. E isto tem que ver com momentos em nossa vida quando estamos muito afetados por sentimentos confusos, ou seja, estamos encharcados de emoção e parece que decisões tomadas muito em função de emoções podem não ser as melhores. Se você discutiu com seu chefe no trabalho e pensa em pedir demissão imediata, ou se você é o chefe e pensa em demitir a pessoa instantaneamente, a sabedoria parece dizer: espere! Se você brigou com seu cônjuge, namorado ou noivo e decide romper o relacionamento, também a sabedoria estará dizendo: espere! Pode ser que após esperar e deixar a “poeira abaixar” para que você possa raciocinar com lucidez, a decisão seja mantida. Pode ser que não. Então espere um, dois dias ou um pouco mais.

Porém, sempre chega um momento de tomar alguma decisão. Se sua mente clareou e você vê harmonia entre a razão e o coração na decisão que pensa em tomar, ótimo, vá em frente. Se, por outro lado, precisa tomar alguma decisão e está ainda em dúvida, tome uma e aja. Se for a correta, você já estará no caminho certo, e se for a errada, terá que fazer uma correção posterior, mas não será melhor nesse caso fazer algo do que ficar parado e angustiado?

A Oração da Serenidade pode ajudar muito na questão de decisões. Ela diz assim: “Deus, concedei-me a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar as que posso, e sabedoria para perceber a diferença.”

Cesar Vasconcellos de Souza – médico psiquiatra

Allied Medical Staff

Fellowship Physician Program

Wildwood Lifestyle Center and Hospital

Wildwood – Georgia – Estados Unidos copiado de:

www.advir.com.br

Armando Luis Francisco
portoserra@brturbo.com.br

FAÇA UM COMENTÁRIO

Esta é uma área exclusiva para membros da comunidade

Faça login para interagir ou crie agora sua conta e faça parte.

FAÇA PARTE AGORA FAZER LOGIN
2025