Notícias | 14 de novembro de 2024 | Fonte: CQCS | Adriane Sacramento

Mudanças climáticas no setor de seguros: impactos e soluções inovadoras para riscos climáticos

Carla Almeida, diretora de P&C e Resseguros da AXA no Brasil, Osmar Bambini, CIO da umgrauemeio, e Mirka Vahtera, Strategic Insurance & Broker Accounts Lead da ICEYE, participaram do painel “Mudanças Climáticas – O Grande Desafio do Setor” do CQCS Insurtech & Inovação 2024. Durante o debate, mediado pela executiva do setor de seguros Ana Paula e realizado na sala batizada em homenagem à jornalista Denise Bueno, os especialistas se reunirão para mostrar como as crises climáticas influenciam o mercado e quais estratégias as seguradoras devem adotar para se adaptarem a um novo cenário.

Os efeitos dos eventos climáticos são sentidos em diversas regiões, como no caso do Rio Grande do Sul, onde as seguradoras já desembolsaram R$ 6 bilhões em indenizações, segundo dados da CNseg. Situações como essa estão se intensificando cada vez mais, trazendo consigo uma série de desafios sem precedentes para o setor de seguros. Nesse contexto, a gestão de riscos se torna crucial, passando por uma constante transformação.

Carla lembrou que o evento do Rio Grande do Sul não foi o primeiro de grande magnitude; na verdade, se junta a casos como o de Petrópolis. “O Brasil passou a ser classificado como um país catastrófico só agora”, disse. “Temos um papel crucial na proteção e na preparação do cliente para esses desastres. Não adianta só a gente pensar na nossa instituição. Precisamos também associar alguns fatores, como a educação, a ajuda da tecnologia, investimentos em sentidos financeiros, estrutura especializada e cultura de prevenção e de resiliência”, disse. 

O uso de satélites também surgem como aliados das empresas. De acordo com Mirka, as soluções que a CEYE tem hoje têm como objetivo ser uma “one-stop shop” – loja única, em português, por assim dizer, quando se trata de questões relacionadas aos desastres naturais e aos dados relacionados a esses eventos. “Estamos totalmente operacionais com nosso produto de monitoramento Flood, que possui um índice de previsão de enchentes, com base nos níveis de precipitação. Assim que sabemos que uma enchente está se aproximando, começamos a acionar nossos satélites e, assim que observamos a inundação, conseguimos agir”, explicou a executiva.

No entanto, as enchentes não são as únicas preocupações do mercado. Na verdade, as ocorrências envolvendo incêndios também se tornaram um dos desafios na gestão de riscos. Para se ter uma noção da proporção do problema, dados do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de janeiro a 13 de setembro, o Brasil registrou 180.137 focos em 2-24, 50,6% dos incêndios da América do Sul. De acordo com o CIO da umgrauemeio, as perdas por incêndios são seis vezes mais caras do que os custos de mitigação. 

“Nós construímos a plataforma Pantera, que traz os módulos de detecção, resposta e análise. O cliente consegue, a partir das análises de riscos, entender qual a probabilidade da sua propriedade ser afetada”, comentou Bambini. Utilizando câmeras de alta resolução e inteligência artificial, a solução identifica focos de incêndio em segundos, cobrindo áreas extensas com precisão. O sistema envia alertas imediatos, permitindo uma resposta rápida para conter os incêndios e minimizar os danos ambientais.

Para enfrentar os desafios das mudanças climáticas, o uso de tecnologia como a plataforma Pantera e o monitoramento por satélites se mostra essencial. Essas inovações ajudam o setor de seguros a minimizar perdas e fomentar uma abordagem preventiva, fundamental para lidar com eventos climáticos extremos de forma mais resiliente e eficiente.

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