A Susep quer fortalecer ainda mais a figura do ouvidor no mercado brasileiro, a exemplo do que ocorre na Europa. Lá, recente resolução do Comunidade Européia termina que os países membros passem a utilizar modelo semelhante ao que foi desenvolvido pela Espanha. Embora não se pense, por enquanto, em obrigar as seguradoras brasileiras e indicarem ouvidores, a autarquia quer assegurar maior independência para o ouvidor nas empresas que adotam essa figura. O objetivo é fortalecer as relações de mercado e aumentar a confiança do segurado na instituição: “na Espanha, o atual ouvidor da Mapfre é um ex-ministro da Justiça”, exemplifica o superintendente da Susep, René Garcia.
Ele explica que, pelo modelo espanhol, o consumidor não pode fazer uma demanda judicial contra a seguradora sem antes recorrer ao ouvidor da empresa: “o fato é que há, lá, um mercado com alto padrão de qualidade”, destaca o superintendente da Susep.
Ele acrescenta que essa boa relação entre empresas e consumidores, além dos reflexos na qualidade do atendimento também teve conseqüência direta no desempenho do setor de seguros, cuja participação no Produto Interno Bruto (PIB) local passou de 3,5% para cerca de 10% nos últimos anos.