A mídia especializada acompanha o dia a dia do mercado de seguros de um ângulo privilegiado compartilhando informações, colhendo dados e, sobretudo, unindo os profissionais do setor. Mas o que pensam os jornalistas especializados? Como eles veem o mercado? No último dia da Fetransporte Brasil Conferece, Anderson Ojope, da Educa Seguros conversou com os jornalistas Julia Sena, editora-chefe do JRS digital, Kelly Lubiato, editora da revista Apólice, Sérgio Vitor Guerra, editor da revista Seguro Nova Digital, Gustavo Doria Filho, fundador do CQCS e Deivid Roberto, do Painel Logístico.
Julia Senna, lembrou que a comunicação alcançou um patamar indispensável principalmente na pandemia. “A comunicação no mercado de seguros faz parte de todos os players do mercado. Quem se comunica, consegue fazer conexões melhores e consegue alcançar mais negócios de sucesso”, destacou.
A jornalista disse ainda que a comunicação não é unilateral e que o mercado de seguros sempre vai poder contar com a imprensa especializada. “Sempre estamos prontos para fazer uma comunicação mais adequada. Isso é uma base de informação valiosíssima para o setor. Corretores podem usar isso de forma a melhorar sua comunicação com o cliente”, analisou.
Ao falar do setor de transporte, Sérgio Vitor, da Revista Nova Digital, ressaltou que o transporte terrestre é fator importante na economia brasileira. O jornalista destacou o problema da infraestrutura das estradas brasileiras que acabam sendo um problema para os transportadores. “É fator de sinistro para o transportador que também tem problema de sinistro com os motoristas enfrentando roubo no transporte da carga”, disse.
David Roberto, do Painel Logístico, concordou com Sergio sobre a dependência do transporte de carga no Brasil que acontece de maneira terrestre e destacou o setor logístico. “Nesse cenário pandêmico, a logística ganhou grande importância porque ela é crucial em transporte”, disse. Em 2020, ele revelou que houve um aumento de 62% no transporte impulsionado pelo setor de agro, construção mesmo em um ano muito ruim. “Isso reforça a importância do seguro para logística. Há dificuldade de infraestrutura na estrada o que gera aumento de roubos”.
Ele contou a história da Souza Cruz, fabricante de cigarro que, segundo David, não faz mais seguro de carga. “A companhia faz parcerias com os clientes para facilitar o custo. O caminhão é descaracterizado, é proibido pela matriz ter seguro de carga, não tem segurança e, em caso de roubo, a ordem é entregar tudo o que está dentro do caminhão”, afirmou.
Segundo ele, a Souza Cruz abriu mão do seguro porque ficou caro já que a empresa sofre com pirataria de cigarros. “As cargas mais roubadas hoje são combustíveis, remédios e alimentos”, revelou.
Kelly Lubiato, editora da revista Apólice, ressaltou o avanço tecnológico e as medidas propostas pela Susep para modernização do mercado. “Quem não era digital, teve que ficar”, disse ela. A jornalista destacou o avanço da telemedicina e disse que o corretor foi ajudado pelos treinamentos oferecidos pelas seguradoras. Kelly disse ainda que a tecnologia tem sido incorporada pelo mercado quase de maneira obrigatória. “A Susep reformulou muita coisa e está mudando a forma de vender seguros”, afirmou.
Gustavo Doria Filho, fundador do CQCS, abordou as mudanças que o corretor enfrenta. “Surgem desafios interessantes para o corretor. Quem fala pelo segurado é o corretor. É ele que vai fazer o open insurance funcionar. Precisamos testar as novidades. O corretor que tem o segurado mais antenado vai testar essas novidades”, disse.
Segundo ele, o corretor mais conservador precisa “abrir a cabeça” e acreditar mais no novo. “O fato de não concordar com a autarquia não impede que você experimente as novidades que ela está proporcionando”, disse.
Assista o painel na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=CE-jyDxLMoI