Mercado caminha para a segmentação

A Itaú, que está concluindo a compra da carteira de vida e previdência aberta da AGF, quer, com esse negócio, reduzir a diferença que a separa do líder nesses segmentos, a Bradesco. Segundo especialistas, esse movimento, que muito provavelmente será repetido por outros grupos, é fruto da concentração nos bancos das vendas do VGBL. Com isso, na prática, o setor ganhará um novo desenho em breve, repetindo o que já ocorre em boa parte do mercado internacional, avaliam os analistas.
O cenário que se visualiza, agora, é de uma divisão do mercado entre grandes empresas independentes, com forte presença nos ramos elementares, e as companhias controladas pelos conglomerados financeiros, atuando basicamente nos ramos vida e previdência complementar.
Para o consumidor, não haverá muitas mudanças em termos de preços e coberturas. Apenas o tratamento dado aos produtos será cada vez mais específico, com os bancos insistindo na roupagem de fundo financeiro para os produtos como o VGBL e o PGBL.
Já para o corretor, que nunca demonstrou muito interesse em investir nos segmentos de pessoas, a situação é mais preocupante, haja vista que ele corre sério risco de perder espaço exatamente nas carteiras mais promissores em termos de vendas para o médio prazo.
Jorge Clapp