Notícias | 4 de julho de 2025 | Fonte: Insurtalks

Megapacote tributário dos EUA pode redefinir cenário para o setor de seguros

Principais efeitos da mudança tributária nos EUA

O pacote orçamentário proposto por Donald Trump e aprovado no Senado dos Estados Unidos traz profundas alterações no cenário fiscal do país. Entre as principais medidas, estão o aumento de impostos sobre rendimentos de fundos universitários, a exclusão de imigrantes sem green card do acesso a créditos para planos de saúde e a imposição de critérios mais rígidos para a concessão do crédito infantil — uma mudança que pode afetar diretamente cerca de 2 milhões de crianças. A estimativa mais recente do Congressional Budget Office (CBO) indica que a proposta pode adicionar US$ 3,3 trilhões à dívida nacional, que atualmente soma US$ 36,2 trilhões (equivalente a R$ 197,3 trilhões).

Pressão sobre o sistema de saúde

Os cortes em programas sociais consolidados, como o Medicaid e o Obamacare, que há anos são pilares do acesso da população a serviços públicos de saúde nos Estados Unidos, podem restringir o atendimento médico subsidiado, gerando uma migração massiva para o setor privado. Para o mercado de seguros, esse novo cenário representa ao mesmo tempo um desafio e uma oportunidade de trabalhar em prol desses novos perfis de segurados. Isso exigirá o desenvolvimento de produtos com opções de planos flexíveis, adaptando estratégias comerciais para atender a uma nova demanda, composta por um público com diferentes perfis de risco e poder aquisitivo. A ampliação da base de clientes exigirá a criação de planos mais acessíveis e capazes de suprir lacunas deixadas pelo sistema público.

Inovação e digitalização como saída

Esse movimento pode acelerar uma transformação digital e de inovação nos produtos de seguro saúde. Startups e insurtechs vêm ganhando espaço justamente pela oferta de soluções customizadas, precificação dinâmica e integrações tecnológicas que melhoram a experiência do usuário. O setor no contexto norte-americano pode crescer nos próximos anos, e esse cenário exige das seguradoras uma reestruturação na gestão de risco e um investimento maior em análise de dados para modelar ofertas mais competitivas e eficientes. Corretores também possuem papel importante como suporte especializado, auxiliando e orientando os clientes diante das incertezas na esfera política e econômica.

Impacto também sobre seguros de vida e renda

Outro possível efeito é o impacto do pacote tributário sobre outras linhas de seguro, como o seguro de vida e o seguro de rendas, que podem ser desafiados a rever estratégias. Em um contexto econômico volátil, e com o aumento do endividamento das famílias, cresce a busca por proteção financeira, desafiando seguradoras a diversificarem seus portfólios. Grandes players do mercado podem adotar estratégias voltadas à oferta de produtos mais acessíveis, com foco na inclusão digital. Parcerias com plataformas tecnológicas também podem facilitar tanto a distribuição quanto a personalização das apólices, tornando o acesso ao seguro mais simples e adaptado às necessidades dos novos perfis de consumidores.

O equilíbrio entre o público e o privado seguirá em pauta

Do ponto de vista regulatório, a expectativa é que haja adaptações rápidas nas normas que regem a oferta de seguros de saúde, com foco em maior transparência e proteção ao consumidor, acompanhando as mudanças no financiamento público. Profissionais do setor precisam se manter atualizados para garantir conformidade e competitividade, além de investimento em capacitação técnica e ferramentas digitais, que potencializam a análise de perfil do cliente e a recomendação de produtos adequados. O equilíbrio entre iniciativas privadas e políticas públicas continuará sendo tema central para o desenvolvimento sustentável do setor segurador.

Entre o risco fiscal e a oportunidade de inovação

O novo pacote tributário pode resultar numa conjuntura complexa aumentando desafios Com a retração do Estado no financiamento de políticas públicas essenciais, como saúde e assistência social, caberá ao mercado segurador suprir parte dessas lacunas, assumindo protagonismo na proteção da população desassistida. Mais do que ampliar a base de clientes, o momento requer um reposicionamento por parte das companhias. As seguradoras que investirem em tecnologia, inclusão digital, precificação inteligente e atendimento personalizado podem colher bons frutos no futuro. Em meio à retração do sistema público, o setor de seguros deve atuar como elo de confiança, oferecendo soluções que combinem acessibilidade, inovação e responsabilidade social.

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