Notícias | 6 de setembro de 2018 | Fonte: CQCS I Yan Passos

Megacidades: Os riscos da evolução

Entre a fé e a razão; entre a cruz e a espada. Pensar em desenvolvimento sem falar em novas construções, crescimento populacional e tecnologia é quase impossível. Por esse motivo, dá-se o surgimento das megacidades. Ao passo que traz evolução, influencia, negativamente, na mobilidade.

Pequim foi a primeira cidade da era moderna a ter um milhão de habitantes. Em 2017, pela primeira vez, grande parte da população migrou para as áreas urbanas. Com isso, estima-se que, até 2050, o número cresça para 66 habitantes a cada 100.

Nova York, entretanto, foi a primeira cidade a atingir a marca de 10 milhões de habitantes, em 1950. A partir disso, as megalópoles passaram a ter um aumento significativo. Apenas em 2016, já eram contabilizadas 31, sendo, grande parte, no continente asiático, incluindo: Pequim, Xunquim e Xangai (China); Deli e Mumbai, na Índia.

Com 37,8 milhões de habitantes, Tóquio (Japão) possui a maior aglomeração urbana de pessoas no mundo, além de Osaka. Dados ainda surpreendem: existem mais pessoas aglomeradas na cidade de Carachi, no Paquistão (27 milhões), do que a Austrália, com 24 milhões. A China, por exemplo, já deu início às construções à infraestrutura de Jing-Jin-Ji, que será uma megalópole 137 vezes maior que Londres e englobará Pequim, Tianjin e Hebei, com 130 milhões de pessoas.

 

Sinais vermelhos

É uma questão de pensar na necessidade atual aliada ao futuro. A exemplo disso são os benefícios das megacidades, que oferecem oportunidades de cultura, negócio, conhecimento e indústrias.

Com a esperança de melhoria, os camponeses são guiados às grandes cidades em busca de saciar seus anseios. Todavia, ainda cabe ressaltar: acumular pessoas em pequenos espaços pode não ser tão vantajoso. Escassez de água, criminalidade, destruição do meio ambiente e serviços de baixa qualidade devido às demandas. Ainda assim, muitas pessoas recorrem às favelas urbanas para não ter de viver sob condições de pobreza da zona rural.

 

Movimentos restritos

A conferência “Urbagora”, a primeira da Europa a discutir a temática, trouxe à tona a importância da discussão sobre os problemas da mobilidade urbana. Realizado pelo Instituto de Megacidades, sediado em Paris, a entidade foi cofundada pela Allianz França.

No evento, uma das pautas foi sobre como o crescimento urbano da China contribuiu para incentivar a economia do país nas últimas três décadas. Atualmente, a China possui seis grandes cidades e outras 100 são a residência de um milhão ou mais de pessoas.

Quanto mais urbanóides – pessoas que vivem em áreas urbanas e não têm interesse ou não se adaptam a outros locais – mais dinheiro, por consequência, mais veículos nas estradas. Fruto disso, subiu de 59 para 300 milhões de carros na China, somente em 2007, revelam dados do Ministério Chinês de Segurança Pública.

Hoje, a China possui 10 das 25 cidades que mais sofrem com congestionamentos no mundo. A velocidade média, na hora do rush em Jinan – capital da província de Shandong, província no nordeste da China, é menos de 20km/h, considerada a mais lenta do mundo. Em São Paulo (Brasil), a realidade é semelhante: Metade de todos os adultos chegam a passar pelo menos duas horas por dia em engarrafamentos, o que torna uma hora por dia de Nova York parecer tranquila.

 

Mais rodas, mais problemas

Dados da pesquisa feita pelo Instituto Megacidades, nas 20 maiores cidades do mundo, apontaram as razões críticas que dificultam a mobilidade urbana, são eles: Problemas de estacionamento, congestionamento, áreas verdes limitadas e poluição sonora e do ar.

A poluição do ar, no entanto, é a mais preocupante para os moradores das cidades. Em 2013, Xangai sofreu durante 124 dias quando uma camada superfina de poluição ultrapassou 600 microgramas por metro cúbico. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda não mais que 10 microgramas e acredita que a poluição em áreas abertas provocou 3 milhões de mortes prematuras no mundo, em 2012.

Os gases poluentes liberados pelos veículos são fortes agravantes para as más condições do ar, que seguem como pragas das cidades chinesas. Em 2014, a OMS ponderou que 92% da população estava vivendo em locais onde a orientação dos níveis de qualidade do ar não eram cumpridas, essa informação é de proporção mundial.

 

População urbana inteligente

A Euramet revelou dados impactantes: Enquanto as cidades cobrem mais ou menos 2% da superfície, chegam a consumir quase 75% dos recursos naturais. A informação preocupa, pois as megacidades têm consumo devastador. A tendência é de a quantidade de megacidades no mundo suba para 41, em 2030, no qual abrigarão 9% da população global.

Então, como podemos lidar com a rápida e contínua urbanização no mundo?

Inovação e novas tecnologias podem fornecer as ferramentas necessárias para fazer as cidades mais inteligentes e diminuir o impacto negativo do estilo de vida adotado nelas.

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