Notícias | 25 de julho de 2007 | Fonte: Gazeta Mercantil

Marítima, SulAmérica e Amil preparam IPO

Finalmente o mercado de seguros começa dar provas de que realmente dobrará a sua participação no Produto Interno Bruto (PIB), hoje inferior a 3%, considerando-se um faturamento próximo a RS 75 bilhões. Um sinal claro disso é a abertura de capital de três empresas prevista para este se-mestre: Marítima Seguros, SulAmérica Seguros e Amil. As três companhias têm uma forte parcela do faturamento proveniente de saúde, onde já figuram Odontoprev e Medial. Em seguros, a Porto Seguro é única seguradora listada no Novo Mercado da Bovespa. A SulA-mérica está na bolsa, mas seus papéis não têm liquidez.

As empresas não se pronunciam sobre o assunto, mas as aprovações divulgadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) para a reformulação do estatuto social das companhias, adaptando-os As regras de sociedade aberta, e os editais de Assembléia Geral Extraordinária confirmam parte dos comentários de executivos de bancos de investimentos e de seguradores.

Segundo os entrevistados, a demanda por seguros é muito forte. “Se não houvesse destino para essas ações, as empresas não estariam investindo tempo e recursos abrindo o capital”, disse um executivo envolvido nas negociações. Demanda pelo Brasil realmente há, com mais de 40 empresas entrando na Bovespa neste ano. Na área de seguros a demanda pode ser observada pela Porto Seguro. O volume negociado nos últimos 30 dias supera a média de 10 milhões diariamente e as ações

tiveram forte valorização desde o lançamento. Em novembro de 2004, o papel estreou a RS 18,75 e ontem valiam RS 76.

Outra mostra do interesse dos estrangeiros pelo setor foi a emissão de bônus no exterior pela holding SulAmérica, da qual o grupo holandês INC detém 49%, em fevereiro deste ano. Patrick Larragoiti fez o road show, organizado pelo Credit Suisse. A princípio, a emissão seria de USS 150 milhões, pelo prazo de cinco anos, mas a demanda, segundo informou Larragoiti na época, foi de USS 600 milhões. A opção foi emitir USS 200 milhões. Investidores nos Estados Unidos ficaram com 53%; 25% com europeus; 17% com asiáticos e 5% ficou com latinos.

O interesse dos investidores estrangeiros pelo setor de seguros teve início em 1992, quan

do o governo liberou a entrada de investidores de outros países no setor. Mas em 2000, quando todo o processo de abertura do resseguro foi suspenso e o governo mudou radicalmente a legislação de saúde, alguns op-taram por ir embora e outros mantiveram a companhia praticamente sem investimentos.

Após esse longo período de jejum, agravado também por uma crise mundial no setor desencadeada pela queda da rentabilidade dos investimentos e perdas com catástrofes, o apetite dos investidores voltou neste ano com a sanção pela presidência da República da Lei 126, que dá as diretrizes para a abertura do resseguro e pelas novas regras de capital mínimo baseado em risco divulgadas pela Susep, elevando a legislação brasileira às normas internacionais.

O prazo para adequação dessas regras, que exigirá aporte de capital das seguradoras de ramos elementares em até RS 4 bilhões, começa em 2008 e termina em 2010. Para se enquadrarem, as seguradoras podem aportar recursos próprios, contratar resseguro, disparar processo de fusão ou aquisição, ou fazer IPO (sigla em inglês de oferta inicial de ações). A expectativa de executivos financeiros é de que médias e pequenas seguradoras optem pelo IPO. Mesmo sem perder o controle acionário, elas prometem conceder “tag along” aos minoritários, que é o direito de receber pelas ações o mesmo preço pago pelos papéis que fazem parte do bloco de controle.

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