Notícias | 1 de agosto de 2007 | Fonte: Gazeta de Limeira

Maioria dos carros furtados são velhos e não têm seguro

Quem tem carro antigo e não faz seguro por muitas vezes não compensar devido ao valor, pode acabar em um prejuízo maior. Conforme a Polícia Civil de Limeira, mais de 70% dos veículos furtados são velhos e, normalmente estão fora de linha. O pior de tudo é que a maioria não tem a cobertura de uma seguradora.

Prejuízo que o mecânico Fernando José Soares levou há duas semanas. Ele tinha um Gol CL 89 (quadrado), que foi furtado na região central. O único equipamento de segurança que tinha no carro era o alarme, que provavelmente os ladrões conseguiram desativar.

O mecânico até chegou a pesquisar preço em seguradoras, mas segundo ele, pelo valor do carrro e também pela instabilidade em seu emprego, resolveu “deixar nas mãos de Deus”. “Acredito que não fui desamparado, mas deveria ter tomado mais cuidado”. Soares ainda disse que está aguardando o Gol ser encontrado.

A fé é válida, mas de acordo com o delegado Seccional, Aparecido Capello, dificilmente um carro antigo furtado ou roubado volta para o proprietário. Os veículos geralmente são desmontados logo após o crime, para abastecer o “mercado negro”. “É muito fácil a venda de peças de carros mais velhos. Já, os novos, não têm quem precise justamente porque acabaram de sair da fábrica e, sem contar, que normalmente contém vários métodos de segurança”. Só neste semestre, pelo menos 400 carros foram furtados ou roubados. Em 2006, foram mais de 880 casos, o que indica a tendência de aumento deste crime a cada ano.

Capello estava ao lado do delegado de Polícia, Coligni Luciano Gomes, quando passou as informações. Gomes é um dos delegados que freqüentemente permanecem no Plantão Policial, que funciona como um “termômetro” na Polícia devido à constatação das principais ocorrências. Ele pôde confirmar que é grande a quantidade de proprietários de veículos antigos registrando Boletim de Ocorrência (BO), sem seguro, comparado à soma dos que são amparados.

SEGURO CARO

Gol (quadrado), Saveiro, Monza, Parati, Santana, entre tantos outros. Quem tem esses modelos de veículos sabe ou tem idéia do quanto o seguro pode ser caro. A informação é confirmada pelo proprietário da Pedersen Corretora de Seguros, Roberto Pedersen. “O seguro de um carro com mais de 10 anos de uso é muito mais caro do que o de um veículo zero-quilômetro”. Tanto que o valor anual pode ser cerca de 19% do custo do carro e, de um novo, normalmente não passa de 3,5%.

Certamente que o valor anual de um seguro de veículo varia de caso para caso porque é verificada a idade do condutor, o estado do automóvel, entre outras exigências. Mas, Pedersen citou o exemplo de uma pessoa de 30 anos, que tem uma Parati, ano 87, que custa aproximadamente R$ 6,8 mil. O seguro pode chegar a R$ 1.368 e, se parcelado em 10 vezes, R$ 151. “Muitos não têm condições de pagar esse valor, até porque acham que não compensa”. Ele ainda disse que o seguro de carro antigo é encarecido justamente porque são os mais visados e, a Parati, além da maioria dos veículos da linha Chevrolet, ganham de todos os modelos no quesito mais furtado e roubado. Na semana passada mesmo, ele teve um segurado que teve o Santana furtado, mas por sorte, foi encontrado em Americana. “O motor parou, senão, com certeza já estaria em um desmanche”.

Para facilitar a comparação, o proprietário da Corretora citou o caso de uma pessoa, também com 30 anos, mas que possui um Celta 2007. O veículo custa aproximadamente R$ 26 mil. O valor do seguro anual será de R$ 762 e, em 10 pagamentos, R$ 120. Ou seja, apenas 3,5% do valor do carro. No estabelecimento de Pedersen, mais de 80% dos segurados têm carro novo ou seminovo. (RR)

Sem seguro, cuidados devem ser redobrados

O autônomo Célio Aparecido de Assis, tem uma Parati CL, um dos modelos mais visados. Ele é apenas um dos inúmeros proprietários que não têm condições de pagar seguro. Contudo, ele conta que toma sim alguns cuidados especiais e, um deles, é um dispositivo, no qual o carro só funciona com ele. “Nunca fui furtado, mas quero evitar ser um dia porque não vou ter dinheiro para comprar outro carro”. Tanto para Assis quanto para todos os proprietários que não têm condições financeiras de arcar com seguro, o delegado Seccional, Aparecido Capello, ainda alertou para outras medidas de segurança: Evitar estacionar em locais com grande incidência de furto; colocar equipamentos no carro que possam dificultar o crime como travas, alarmes, entre outros; se notar a presença de suspeitos nas imediações onde vai estacionar, não pare; combinar com familiares o anúncio da chegada em casa como, por exemplo, com leves toques de buzina. “Mas, em caso de assalto, não reaja, porque nem o seguro dá outra vida”. (RR)

Valor de seguro de moto pode chegar a R$ 2,5 mil

O valor do seguro de motos abaixo de 200 cilindradas pode chegar a R$ 2,5 mil anual. Uma importância significativa, mas devido ao enorme risco de acidentes e, inclusive, de furto e roubo, o preço, segundo o proprietário da Moacir Rangel Corretora de Seguros, Moacir Rangel, não poderia ser menor. Tanto que nem 1% dos proprietários de moto têm cobertura de seguro. “Também não interessa para as companhias. Sem contar que acidentes não têm cobertura”.

De acordo com ele, pelo menos cinco motociclistas morrem por dia em São Paulo. Já as motos acima de 200 cilindradas, normalmente têm seguro, mas o valor pode variar e chegar a R$ 6 mil anual. Quem tem essas motos, que custam mais de R$ 20 mil, normalmente têm condições de pagar o seguro. Diante dessa situação, a dica de Rangel é tomar cuidado mesmo, porque “o prejuízo sempre está muito próximo”. (RR)

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