O presidente do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), Marcos Lisboa, considera que a abertura do mercado ressegurador brasileiro será benéfica para o País e deve dar uma novo fôlego para um setor – de seguros – que, segundo ele, “está aquém do seu potencial.”As declarações de Lisboa foram dadas durante palestra no 3º Conseguro, na qual ele fez uma defesa da empresa estatal, alvo de investigações da CPI dos Correios por conta de suspeitas de um esquema de desvio de verbas para partidos políticos, dos seus funcionários e de sua capacidade técnica.
Apesar de considerar a abertura “fundamental” para o desenvolvimento do mercado segurador brasileiro, Lisboa recusou-se a comentar a tramitação, no Congresso Nacional, do projeto de Lei que regulamenta a abertura, limitando-se a dizer que “essa é uma decisão soberana do Congresso Nacional e não me cabe manifestar sobre isso”.
Da mesma forma, o presidente do IRB não quis comentar o trabalho da sub-relatoria do IRB criada pela CPI dos Correios que, segundo informações publicadas hoje no jornal O Estado de S.Paulo, estaria para ser extinta. “Órgão de Estado tem a atribuição legal de fazer as investigações que são necessárias e nos cabe acatar as decisões do órgão de Estado e não comentar sobre elas.”
Lisboa, no entanto, ressaltou que o IRB, sob sua gestão, já passou por profundas mudanças que foram realizadas mirando a abertura do mercado segurador e a preparação do instituto para competir num mercado aberto.
Segundo ele, a decisão de permitir que seguradoras façam cotações de resseguros diretamente com empresas estrangeiras já permitiu que os prêmios de alguns produtos específicos, em algumas seguradoras, experimentassem uma “queda de 10% a 30%.”
O presidente do IRB ainda afirmou que a abertura do mercado deve gerar um aumento na sofisticação dos produtos vendidos no mercado local, uma queda nos preços e também uma maior segurança para as seguradoras locais, que terão mais facilidade para contratar o resseguro.