Notícias | 1 de novembro de 2024 | Fonte: CQCS | Itana Oliveira com informações do Valor Econômico

Letra de Risco de Seguro é novo instrumento financeiro para o setor 

Uma matéria divulgada pelo Valor Econômico, nesta segunda-feira (28), trata de um novo instrumento financeiro para lidar com riscos catastróficos, chamado Letra de Risco de Seguro (LRS), foi regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) neste ano e aguarda aval da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para autorizar as sociedades seguradoras de propósito específico (SSPE) interessadas em atuar no Brasil. Carlos Queiroz, diretor da Susep, destaca que “a expectativa é que algumas sejam autorizadas em breve”, afirma, sem revelar nomes. Entretanto, duas empresas são dadas como certas: Andrina Seguros, ligada ao IRB (Re), e uma vinculada à companhia de investimentos Galapagos Capital.

A LRS visa remunerar investidores por meio de retornos atrelados a fatores de risco de seguro, como enchentes e ventanias. Queiroz ressalta que “as mudanças climáticas ocorridas no Brasil e no mundo podem tornar esse mercado cada vez mais atrativo para investidores”, especialmente para a transferência de riscos em seguros rurais, que dependem fortemente de eventos climáticos.

Para que as LRS avancem no Brasil como os insurance-linked securities (ILS) no exterior, é fundamental desenvolver modelos que avaliem riscos catastróficos locais. Rodrigo Botti, especialista na área, observa que “furacões e terremotos já são modelados mundialmente. No entanto, inundações e secas, que são nossos eventos catastróficos mais frequentes, ainda não”. Ele complementa que empresas especializadas estão cientes dessa lacuna e trabalhando para preenchê-la.

Marcos Falcão, CEO do IRB (Re), expressa otimismo em relação ao futuro das LRS: “Acreditamos que o Brasil atrairá investidores internacionais, uma vez que a diversificação, inclusive geográfica, dos riscos é um fator importante”. Ele destaca que, embora o Brasil não participe do mercado internacional de ILS atualmente, “à medida que o conhecimento sobre o tema avançar, será possível criar novas alternativas de capital”.

De acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), as LRS podem oferecer novas formas de diversificação de portfólio e gestão de capital, beneficiando seguradoras e resseguradoras. Alexandre Leal, diretor técnico da CNseg, salienta que este é um mercado voltado para investidores qualificados, especializados em riscos catastróficos: “No mundo, esse tipo de instrumento financeiro atrai, principalmente, investidores que apostam nos riscos da natureza, do agronegócio e, mais recentemente, da longevidade”.

Com o potencial de crescimento e a introdução das LRS no Brasil, o setor está posicionado para evoluir, alinhando-se às tendências globais e oferecendo oportunidades atrativas para investidores.

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