A Federação Nacional de Previdência Privada e Vida(Fenaprevi) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep) realizaram uma coletiva, nesta quinta-feira, para apresentar a primeira tábua atuarial desenvolvida exclusivamente para o mercado brasileiro. A ferramenta, que passa a integrar o rol de parâmetros do órgão regulador, substitui padrões de referência norte-americanos para modelagem e precificação de seguros de vida e previdência privada complementar no país.
Denominada Experiência do Mercado Segurador Brasileiro (BR-EMS), a nova tábua atuarial do país consumiu dois anos de preparação, e foi desenvolvida em parceria com o departamento de matemática aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob a coordenação da Comissão Atuarial da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida.
A ferramenta foi construída a partir da consolidação dos dados referentes aos anos de 2004, 2005 e 2006, fornecidos por 23 seguradoras, que respondem por 95% do mercado brasileiro de vida e previdência complementar. No trabalho, que contemplou variantes de coberturas de sobrevivência e mortalidade, foram analisados o histórico de 32 milhões de CPFs, 19 milhões do sexo masculino e 13 milhões do sexo feminino.
De acordo com Armando Vergílio, superintendente da Susep, o Brasil contará com uma ferramenta genuinamente brasileira e passará a lidar com suas próprias especificidades e características. “Hoje é um dia histórico para o mercado de pessoas e previdência complementar aberta, por ter uma tabela biométrica dinâmica e especifica dos segurados brasileiros. Além de permitir a utilização de estatísticas mais fidedignas, a nova tábua também contribuirá, de forma significativa, para a redução do impacto financeiro causado pela longevidade da carteira nos planos previdenciários. A Susep considera esse projeto um grande avanço para o crescimento sustentável do segmento de pessoas”, afirma.
Marco Antonio Rossi, presidente da Fenaprevi, destacou a importância da criação da tábua. “É um lançamento muito importante para o mercado de seguros do país. As seguradoras só dispunham de tábuas atuarias produzidas nos EUA, muitas delas atualizadas somente até o ano 2000. Agora temos como dimensionar os riscos específicos do mercado local de forma mais acurada, o que ajudará no desenvolvimento da indústria e na inserção de um maior número de brasileiros nas carteiras de vida e previdência”, ressalta.
Para a Fenaprevi, o tema em questão é de grande importância para os consumidores brasileiros. Ainda de acordo com dados da federeção, hoje no Brasil há 18 milhões de participantes no sistema de previdência privada complementar no mercado. As reservas do setor somavam R$ 176 bilhões em ativos. No segmento de vida, a indústria de seguros movimentou cerca de R$ 13,7 bilhões em prêmios em 2009.
Lançada a primeira tábua atuarial desenvolvida exclusivamente para o mercado brasileiro
2 comentários
Gostar