Notícias | 15 de agosto de 2024 | Fonte: CQCS | Adriane Sacramento

IRB(Re) registra lucro líquido de R$ 65,2 milhões

O IRB(Re) registrou lucro líquido de R$ 65,2 milhões no segundo trimestre de 2024. Os números são do balanço divulgado ontem (14) e consideram a Visão Negócio, mostrando a evolução do ressegurador, que obteve resultado positivo pelo sexto trimestre consecutivo. O valor apurado entre abril e junho deste ano é 224,6% superior aos R$ 20,1 milhões reportados no mesmo período do ano passado.

No acumulado do ano, o IRB(Re) obteve lucro líquido de R$ 144,3 milhões, alta de R$ 115,7 milhões ante o primeiro semestre de 2023, quando chegou a R$ 28,6 milhões. O resultado do período, que tem como destaque os resultados de subscrição e financeiro, é 403,9% superior ao verificado um ano antes e supera o lucro líquido total do ano de 2023 em 26%, mesmo considerando os impactos da tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul.

IRB(Re) tem evoluído de forma consistente, diz CEO Marcos Falcão

De acordo com Marcos Falcão, CEO do IRB(Re), esse resultado mostra que a companhia tem evoluído de forma consistente, sendo este um resultado de sua estratégia de negócios. “E, agora, os números do 2T24, quando apresentamos lucro líquido de R$ 65,2 milhões, índice de sinistralidade de 65% e índice combinado de 106%, mostram evolução em relação ao 2T23. Números que incluem os impactos da tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul”, afirma. O executivo lembra ainda que o ato de pagar sinistros é a entrega do produto da empresa.

Para Falcão, considerando a jornada do último ano, o IRB(Re) observa mais claramente sua evolução. Desde o início da nova gestão, no final de 2022, a companhia promoveu a limpeza da carteira; passou a focar no índice combinando, antes em 136% e que hoje declina de maneira consistente e gradual; registrou resultado de subscrição crescente, ou seja, lucrou no core business; e apurou uma curva de resultado líquido crescente e positiva. 

“Quando entramos, o ano de 2022 havia fechado com prejuízo de R$ 630 milhões. Alcançamos lucro líquido de R$ 230 milhões nos últimos 12 meses. Seguimos comprometidos em gerar resultados sustentáveis, no longo prazo, com foco na rentabilidade do negócio e controlando os itens que estão sob nossa gestão: preço, despesas e custos”, completa o executivo. 

Resultado de subscrição totaliza R$ 33,7 milhões; número é positivo

O resultado de subscrição totalizou R$ 33,7 milhões no segundo trimestre, com influência de sinistros retidos – soma da PSL com o IBNR – devido às chuvas no RS. O número é 4,7% inferior ao mesmo período do ano passado, quando R$ 35,4 milhões foram registrados. No acumulado do ano, o volume total é de R$ 156,2 milhões frente aos R$ 39,1 milhões registrados no primeiro semestre de 2023. Alta de 299%.

Em linha com a estratégia de concentração de negócios no Brasil e de redução da participação no exterior, o prêmio emitido total avançou 2,8% no segundo trimestre (R$ 1,434 bilhão), na comparação anual. A participação de negócios firmados no Brasil registrou alta, alcançando 82% do portfólio no período apurado.

Houve ainda crescimento de 18,4% no prêmio emitido no Brasil na comparação com o segundo trimestre de 2023, alcançando R$ 1,178 bilhão. O prêmio emitido no exterior, por sua vez, totalizou R$ 256,2 milhões no 2T24 – queda de 35,9% em relação ao mesmo período do ano passado –, representando 18% do portfólio. No primeiro semestre do ano, o prêmio emitido foi de R$ 2,874 bilhões, inferior aos 3,5% reportados em 2023.

Segundo Daniel Castillo, vice-presidente de Resseguros do IRB(Re), considerando a estratégia de concentrar negócios em território nacional, é possível observar a redução dos negócios internacionais, excluindo a América Latina, que, no primeiro semestre do ano, representa 16% da carteira. É notável, ao mesmo tempo, o incremento de negócios no país para quase 78%. “Assim, continuamos com a estratégia para concentrar 70% dos nossos negócios no Brasil, 20% na América Latina e 10% para as demais exposições internacionais. 

O executivo reforça que o percentual de prêmios na região latino-americana ainda está baixo, uma vez que as renovações deste negócios serão realizadas no terceiro trimestre do ano. “A maior parte dos clientes latino-americanos renova seus negócios em 1º de julho. No 1S24, crescemos 11,8% no Brasil e decrescemos 34,9% no exterior, em linha com a estratégia”, analisa.

Sinistro retido total cai 10%

O sinistro retido total caiu 10,1%, na comparação do 2T24 com o 2T23, fechando em R$ 675,5 milhões. Com isso, o índice de sinistralidade total passou de 73,6% para 65%, melhor em 8,6 p.p. mesmo considerando os impactos dos sinistros oriundos das chuvas no Sul. Considerando a geografia, a sinistralidade no período foi de 62% no país e de 75% no exterior, sobrepondo o registro do último ano. No acumulado de 2024, o indicador saiu de 75,6% para 61,8% (-13,8 p.p).

Castillo destaca, em relação aos impactos da tragédia ocorrida no RS, o compromisso de realizar as análises e os pagamentos o mais breve possível. Até junho, o IRB(Re) apurou R$ 150 milhões de sinistros avisados (PSL) somados a R$ 107 milhões de provisões de IBNR, totalizando R$ 257 milhões contabilizados na linha de sinistros retidos, explica o executivo. Ainda segundo ele, os segmentos mais afetados são: patrimonial, habitacional e engenharia. 

“Para estas linhas de negócios, temos o programa de retrocessão e, após atingir um limite, repassamos os riscos para os retrocessionários. Para os demais riscos, foi realizada provisão de IBNR, visando fazer frente aos nossos compromissos relacionados a este evento. Passados três meses do ocorrido, temos segurança em afirmar que estamos bem provisionados para potenciais sinistros futuros e temos proteção para o que ultrapassar certos montantes”, diz vice-presidente de Resseguros do IRB(Re).

A companhia também melhorou o índice combinado, que inclui sinistralidade, comissionamento e demais despesas. O resultado passou de 107,5%, no 2T23, para 106%, no 2T24. No acumulado do ano, houve melhora também em 6,6 p.p. totalizando 102,1% no primeiro semestre. 

“Podemos observar a evolução do índice combinado, que, no 2T24, se reduz em 1,5 p.p.. Lembramos que o índice combinado demonstra a saúde da subscrição. Esse índice traz o efeito de anos anteriores e a redução dele nos indica que estamos no caminho certo. Apesar da catástrofe do Rio Grande do Sul, nosso índice combinado se reduz”, afirma Castillo.

Despesas gerais e administrativas

No segundo trimestre de 2024, as despesas gerais e administrativas do IRB(Re) totalizaram R$ 83,8 milhões, número 3,3% maior que o reportado no ano passado. O índice de despesas administrativas alcançou 8,1% no 2T24, enquanto o acumulado do ano se manteve inferior a 2023, totalizando R$ 158,7 milhões, com índice de 8,1%. 

O resultado financeiro e patrimonial da companhia, no 2T24, foi de R$ 165,8 milhões, 73,4% superior ao 2T23. Já no acumulado do ano, o resultado financeiro e patrimonial foi de R$ 307,5 milhões, maior do que o mesmo período do ano anterior, em 27,5%.

“Encerramos o 2T24 com R$ 9,1 bilhões em ativos financeiros, contra R$ 8,5 bilhões do 2T23. Se excluirmos uma diferença de R$ 400 milhões, decorrente do recebimento de recursos de um contrato específico em junho para pagamento em julho, teremos R$ 8,7 bilhões em ativos”, conta Paulo Valle, diretor-geral da IRB(Asset), braço de investimentos do ressegurador. Segundo ele, a alocação dos recursos pode ser repartida entre cerca de 60% de ativos no Brasil e 40% no exterior.

Suficiência nos indicadores regulatórios

O IRB(Re) deve observar dois indicadores regulatórios, conforme dispõe normativo da Susep, órgão responsável pela supervisão do setor de seguros e resseguros: Índice de Suficiência de Patrimônio Líquido Ajustado em relação ao Capital Mínimo Requerido (CMR) e o Índice de Cobertura de Provisões Técnicas. Em 30 de junho de 2024, a companhia apresentou suficiência em ambos os índices.

“O primeiro indicador, Índice de Suficiência de Patrimônio Líquido Ajustado, fechou o 2T24 com suficiência de R$ 820 milhões, ou seja, 82% acima do capital requerido, o melhor patamar desde setembro de 2021″, aponta Falcão. De acordo com o CEO do IRB(Re), com a melhor seleção de riscos, a companhia reduziu a necessidade de capital mínimo requerido em R$ 433 milhões no período, enquanto o Índice de Cobertura de Provisões Técnicas encerrou com suficiência de R$ 609 milhões.

IFRS 17

O IRB(Re) traz também seus resultados do segundo trimestre em IFRS 17, norma internacional adotada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), direcionada ao mercado de seguros e resseguros, e que trata os fluxos operacionais trazidos a valor presente, considerando o valor do dinheiro no tempo. O valor foi positivo em R$ 194 milhões, ante prejuízo de R$ 37 milhões no mesmo período do ano passado. No primeiro semestre de 2024, chegou a R$ 431 milhões.

“Neste trimestre, destacamos que as receitas com resseguros aumentaram R$ 57 milhões; e as despesas com resseguros cresceram R$ 572 milhões em função, essencialmente, dos sinistros do Rio Grande do Sul”, comenta Falcão. O executivo destaca que o resultado líquido com contratos de retrocessão cresceu R$ 765 milhões devido, principalmente, à recuperação desses sinistros. Já o resultado financeiro líquido em R$ 136 milhões, ocorreu, sobretudo, em função da variação cambial positiva.

Para ter acesso a “A Análise de Desempenho” completa, basta acessar o site de Relações com Investidores da companhia.

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