Começa a disputa pelo maior contrato de resseguros do Brasil; das 14 iniciais, restaram 9. O IRB Brasil Re anunciou as corretoras de resseguros escolhidas na primeira fase da concorrência para a colocação do maior contrato do Brasil e um dos maiores do mundo. As nove empresas foram organizadas em três consórcios: AON, JLT e MexBrit; Guy Carpenters, PWS e Alexander Forbes; Willis, Benfield e Cooper Guy. As três maiores do mundo lideram cada equipe.
Conhecido como “property” (patrimônio, em inglês), o contrato cobre o patrimônio físico das empresas, perdas financeiras decorrentes de danos causados por incêndio, acidentes e também roubo. No ano passado, o limite máximo por risco deste contrato era de US$ 217 milhões, para o qual o IRB desembolsou cerca de US$ 21 milhões nos contratos subdividos por riscos de até US$ 40 milhões e de até US$ 200 milhões, além de riscos catastróficos. As resseguradoras XL Re e Transatlantic Re lideraram a colocação da parte proporcional do contrato e as corretoras de resseguros AON, JLT, Alexander Forbes, Acordia e Ropner a parte não proporcional.
Neste ano, o desenho do contrato é uma incógnita. “Os três consórcios de corretores apresentarão ao IRB um desenho do que eles acreditam ser o melhor para os nossos clientes e com base nisso escolheremos o consórcio vencedor para fazer a colocação no exterior”, disse Marcos Lisboa, presidente do IRB. Ainda não ficou definido um prazo para a entrega das propostas dos corretores, mas duas coisas são certas. Tudo terá de ficar pronto até 1º de novembro, quando vence o contrato atual; e o preço praticado pelo mercado internacional – atualmente em alta pelas perdas com o Katrina – vai ditar o preço do contrato do IRB, mesmo o Brasil sem registros de furacões.
O contrato ganhou popularidade por várias razões. Além de ser um dos maiores do mundo, ele representa metade do faturamento do IRB e também por balizar o preço do seguro das grandes empresas instaladas no Brasil. Nos últimos dois anos, as corretoras de resseguro também ganharam espaço no noticiário. Reportagem da revista Veja em abril deu início a uma série de investigações sobre tráfico de influência e denúncias no Ministério Público sobre contratos do IRB.
Segundo Lisboa, tudo está sendo conduzido da forma mais transparente possível. O que se comenta é que o IRB convidou, verbalmente, 14 corretoras para participarem do contrato entre as 29 instaladas no Brasil. Lisboa afirma que a participação era aberta a todas. Alguns executivos surpreenderam-se com a participação da Cooper Gay e da Alexander Forbes, nomes que constam no dossiê enviado pelo IRB ao Ministério Público. A Acordia/Assurê, também sob investigação, ficou de fora.
A escolha, segundo Lisboa, se deu por pontuação, que envolveu toda a área técnica do IRB, com base na atuação da corretora no Brasil e no mundo, serviços que pode prestar ao ressegurador, agilidade na regulação de sinistros, entre outros itens.