De acordo com o InsurTech Report 2024 da plataforma de inovação Distrito, as insurtechs na América Latina receberam um total de US$ 667 milhões (equivalente a R$ 3,32 bilhões na taxa de câmbio atual) em investimentos desde 2018 até o final de fevereiro deste ano. Segundo a matéria veiculada nesta sexta-feira (22), pelo Portal Valor Econômico, o relatório apresentado apresenta as duas principais tendências emergentes no segmento de startups de seguros: o uso da inteligência artificial e a crescente demanda por proteção contra eventos cibernéticos.
O Brasil lidera em termos de volume de investimentos e número de negócios na região, com 107 rodadas de investimentos em insurtechs desde 2018. A maioria dessas operações ocorreu no Brasil, totalizando 71, com um montante de US$ 553,8 milhões levantados. Além disso, o país detém a maior proporção de empresas de insurtech na América Latina, representando 57,2% das 250 identificadas pelo Distrito. O México segue em segundo lugar, com 18,4%, seguido pela Argentina, com 9,2%.
A partir desse levantamento, a startup brasileira Alice, que se concentra no segmento de seguro saúde, recebeu o maior aporte em uma rodada Series C em 2021, totalizando US$ 127 milhões. A Minuto Seguros vem em segundo lugar, com US$ 60 milhões arrecadados em uma série C em 2019. A Pottencial aparece em terceiro lugar, com um investimento de US$ 51,2 milhões em private equity. A Justos está em quarto lugar, com US$ 35,8 milhões captados em uma rodada série A em 2021. A chilena Avla é a primeira insurtech fora do Brasil a figurar na lista, ocupando a sexta posição, com US$ 25 milhões arrecadados em uma rodada série B no mesmo ano.
Em entrevista ao Portal, Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito, observa que, apesar do mercado de seguros ser vasto, ainda há muito espaço para crescimento, especialmente em nichos onde a maioria das insurtechs da região atua – “No universo do seguro, podemos ver bem como a inovação é importante para criar produtos acessíveis”, destaca.
O InsurTech Report 2024 também destaca o uso da inteligência artificial como uma tendência significativa para o setor de seguros, que depende da análise intensiva de dados. As startups de seguros podem empregar essa ferramenta em várias etapas da cadeia, incluindo análise de risco, avaliação de prêmios, detecção de fraudes e melhoria da experiência do cliente. Em termos de produtos, o relatório identifica duas tendências: seguros que protegem contra eventos cibernéticos e seguros embutidos (“embedded insurance”).