No mês de março, uma loja de peças usadas para carros de luxo, predominantemente importados, foi totalmente destruída por um incêndio. Localizado no município de Itajaí (SC), o estabelecimento tinha apenas dois anos de funcionamento e, segundo informações do site NSC Total, era alugado e não possuía seguro, nem para a estrutura física, nem para o estoque. O CQCS conversou com o especialista em seguros Dorival Alves, que enfatizou a importância de uma apólice adequada para reduzir riscos em empreendimentos com alto valor agregado.
Segundo o portal NSC Total, a proprietária do imóvel estima que serão necessários pelo menos R$ 150 mil para iniciar a reconstrução do galpão e do escritório. Uma empresa vizinha também foi afetada pelo incêndio. Embora possua seguro, ainda não foi feito um levantamento completo dos danos. O Corpo de Bombeiros já realizou a perícia, e o laudo, que deverá identificar as causas do incêndio, deve ser concluído em até 30 dias.
Em entrevista ao CQCS, o advogado, corretor de seguros, diretor do Sindicato dos Corretores de Seguros no Distrito Federal (Sincor-DF) e delegado representante da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Dorival Alves, frisou que, diante da tragédia em Itajaí (SC), torna-se fundamental destacar a importância do seguro empresarial com cobertura para incêndios, além do seguro de responsabilidade civil.
De acordo com o especialista, é comum surgirem dúvidas sobre quem é responsável pela contratação do seguro contra incêndio ao assinar um contrato de locação, uma vez que o setor imobiliário é repleto de leis e termos que podem confundir aqueles que não contam com orientação profissional. Ainda segundo Dorival, os detalhes sobre a contratação do seguro devem estar previstos no contrato de locação, sendo imprescindível que inquilino e proprietário entrem em acordo quanto à obrigatoriedade e à responsabilidade pelo pagamento da apólice.
“O Seguro Empresarial é destinado a pessoas jurídicas, protegendo os negócios contra perdas decorrentes de diversas situações, como incêndios, eventos climáticos e danos a terceiros. Em caso de sinistro, a seguradora indenizará a empresa até o limite do valor segurado. Esse tipo de seguro é considerado “compreensivo, reunindo diferentes modalidades de cobertura em uma única apólice, indicado para atividades comerciais, industriais ou de serviços, conforme a Superintendência de Seguros Privados (Susep)”, disse Dorival.
De acordo com a SUSEP, as principais características dos seguros compreensivos incluem taxas reduzidas, cláusulas menos restritivas e de fácil compreensão, estrutura modular e uma ampla gama de coberturas e garantias acessórias. “Além do seguro incêndio empresarial, é fundamental considerar o seguro de responsabilidade civil. Após a apuração de responsabilidades, as partes prejudicadas podem buscar ressarcimento com base no relatório técnico da perícia. É importante lembrar que uma empresa pode ser civilmente responsável pelos prejuízos causados ao vizinho”, explica Dorival.
Dorival conclui que a orientação de um profissional corretor de seguros é vital para garantir a proteção adequada e a tranquilidade necessária para os negócios. O corretor de seguros é essencial para orientar sobre as garantias necessárias para cada tipo de risco na atividade comercial. Ele desempenha um papel crucial em todas as etapas do processo de contratação de um seguro, desde a avaliação inicial das necessidades do cliente até a assistência pós-venda. Sua expertise pode fazer a diferença na escolha da apólice adequada e na obtenção de um atendimento eficaz em caso de sinistros”, afirma.
Sem seguro, a empresária proprietária da loja incendiada contou ao NSC Total que, após a perda do negócio, tentará recomeçar do zero. Para ajudar na reestruturação, ela criou uma vaquinha online, buscando contar com a solidariedade das pessoas.