Hora de cortar custos e recompor perdas

Os seguradores enfrentam um dilema que, aparentemente, não tem solução a curto prazo. Diante da queda progressiva das taxas de juros, os ganhos com aplicações no mercado financeiro estão cada vez menores e já não compensam tanto as perdas acumuladas no “negócio seguro”. A alternativa mais simples para recompor as contas internas das empresas do setor seria o reajuste de preços em carteiras como a de automóveis, na qual a sinistralidade tem se mantido em um patamar elevado e o combined é cada vez mais desfavorável.
Contudo, o consumidor está retraído, como mostram as pesquisas segundo as quais o ramo de veículos acumula perdas reais no volume de prêmios ganhos. E a cartilha econômica receita que aumentar preços quando a demanda está desaquecida é atirar nos próprios pés.
A outra opção seria cortar custos administrativos e comerciais. O problema, no entanto, é que já não há tanta gordura para eliminar. Boa parte das empresas do setor já terceirizou seus custos, repassando para os corretores e prestadores de serviços, tais como as assessorias de seguros, muitas das tarefas burocráticas e processos operacionais.
Reduzir a comissão paga ao corretor também não é tarefa das mais fáceis, até porque a remuneração desse profissional já está em um nível bem abaixo do que há poucos anos atrás.
A empresa que conseguir encontrar a fórmula para solucionar esse impasse vai garantir uma vantagem importante em relação à concorrência.
Autor: Jorge Clapp