Notícias | 24 de junho de 2025 | Fonte: Insurtalks

Guerra por especialistas em IA: o que a oferta bilionária da Meta ensina ao mercado de seguros

A recente oferta da Meta de US$100 milhões para captar profissionais da OpenAi expõe a custosa busca por talentos em inteligência artificial. Sam Altman, CEO da OpenAI, em entrevista a um podcast, afirmou que a empresa está realizando propostas “gigantescas” para membros de sua equipe como parte de um movimento para construir uma divisão de “superinteligência”, com o objetivo de alcançar e superar concorrentes. A mão de obra desses profissionais serviria para o desenvolvimento de tecnologias que poderiam definir o futuro das empresas. Até o momento, segundo Altman, nenhum dos principais talentos da OpenAI aceitou as propostas. Essas declarações surgem pouco depois da Meta investir US$14,3 bilhões na Scale AI, empresa de dados, e trazer seu CEO, Alexandr Wang, para liderar a nova divisão. A Meta, que já foi referência em IA de código aberto, agora tenta recuperar espaço após perder talentos e adiar lançamentos importantes, enquanto encara a concorrência com o Google, DeepSeek e a própria OpenAI.

Projeção de aumento no uso da IA e ganhos no mercado segurador

De acordo com o relatório Insurtech Global Outlook 2025, 70% dos executivos acrediram que os impactos da IA serão profundos nos próximos três a cinco anos, especialmente com a adoção de soluções externas voltadas à automação de processos, personalização do atendimento, ganhos operacionais, conformidade regulatória e reforço da cibersegurança. A IA generativa mostrou ser a tecnologia mais transformadora do setor: em 2020, apenas 32% a consideravam indispensável, número que deve chegar a 65% em 2025. Conforme Inês Eusebio, da NTT DATA, o setor deixou de apenas explorar inovações para integrá-las ao centro de suas estratégias.

Valorização do capital humano especializado em IA

No contexto atual, a contratação de profissionais especializados em tecnologias de ponta é proveitosa para impulsionar procedimentos no setor de seguros. A caça das big techs por esses talentos é um lembrete à evolução da especialização interna. Assim, para as seguradoras, a contratação de profissionais com know-how em machine learning, análise preditiva e processamento de linguagem natural é relevante para acelerar a implantação de soluções que reduzam custos operacionais e sejam mais assertivas na avaliação de riscos.

Retenção de talentos como fator estratégico para melhores resultados

A retenção de talentos é tão desafiadora quanto a atração. Para manter profissionais qualificados em um cenário de grande competitividade, o setor de seguros precisa investir em ambientes de trabalho híbridos, projetos estimulantes e planos de carreira bem estruturados. Além disso, a cultura organizacional deve acompanhar a transformação digital, promovendo um ambiente que estimule a criatividade, autonomia e a diversidade — fatores que enriquecem a geração de soluções mais completas e inovadoras.

A necessidade de reinvenção dos corretores

A transformação digital está mudando o trabalho dos corretores de seguros progressivamente. Além de atuarem como intermediários, é importante que saibam como usar ferramentas tecnológicas, como simuladores personalizados e modelos preditivos, para oferecer consultorias mais precisas e estratégicas aos clientes. Nesse novo contexto, a capacitação digital torna-se tão importante quanto o conhecimento técnico tradicional, exigindo atualização constante e uma visão mais analítica do mercado.

Parcerias e o desenvolvimento de ecossistemas de inovação

Em paralelo, fortalecer a colaboração entre seguradoras, insurtechs, universidades e centros de pesquisa, é interessante para formar um ecossistema de inovação mais aprimorado. Essa integração contribui para acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias, melhorar a jornada do cliente e antecipar riscos. A tecnologia, quando bem aplicada por profissionais qualificados, gera resultados positivos para seguradoras e clientes. Plataformas que utilizam IA para ajustar coberturas em tempo real ao perfil de cada cliente demonstram aumento na satisfação e fidelização dos usuários – o que prova o valor de investir em pessoas e inovação.

Talento e tecnologia: os pilares da liderança no novo mercado de seguros

A disputa acirrada por profissionais de inteligência artificial, ilustrada pela oferta milionária da Meta à equipe da OpenAI, lança um alerta importante para o setor de seguros. Mais do que uma movimentação isolada no universo da tecnologia, esse episódio reforça a urgência de integrar capital humano e inovação tecnológica de forma estratégica, equilibrada e sustentável. Para se manter competitivo em um cenário de rápidas transformações digitais, o mercado segurador precisa ir além da digitalização pontual e investir continuamente em talentos qualificados, infraestrutura tecnológica e uma cultura organizacional voltada à inovação. Corretores, seguradoras e insurtechs que adotarem essa visão estarão mais preparados para antecipar tendências, oferecer experiências personalizadas e liderar a nova era dos serviços financeiros. Em última análise, a capacidade de atrair, desenvolver e reter profissionais especializados será tão determinante quanto as próprias ferramentas tecnológicas. O futuro do setor de seguros dependerá da convergência entre pessoas e tecnologia, com foco em soluções que respondam às exigências de um consumidor mais conectado, exigente e digital.

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