p.11:Brasil&Mundo Imagem
Fundos de pensão e corretoras têm quebra de sigilo bancário decretada pela CPI dos Correios
Os dirigentes de fundos de pensão e corretoras de valores criticam com veemência a atuação da CPI dos Correios, que no dia 4 solicitou a quebra de sigilo bancário de 14 fundos de pensão e 11 onze corretoras investigadas por supostos prejuízos de R$ 9 milhões àquelas entidades, em operações de curto prazo com títulos públicos.
A medida foi tomada para investigar suspeitas de que as operações desviaram recursos dos fundos de pensão para o esquema operado por Marcos Valério para alimentar o caixa 2 do PT e de aliados.
“Sem qualquer fato determinante que o justifique, ao menos uma suspeita confirmada que seja, a CPI se encaminha para não só estender seu tempo de duração, talvez porque 2006 seja um ano eleitoral, mas também para transferir seu foco para os fundos de pensão”, diz um documento distribuído durante a abertura do 26° Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, em Porto Alegre.
0 presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), Fernando Pimentel, afirmou que o segmento é transparente e presta contas aos participantes e aos órgãos fiscalizadores. “Os fundos não são uma caixa preta, não aceitamos essa pecha, poucos segmentos prestam tantas contas e têm tantas regras como
o nosso”, disse Pimentel.Para Wagner Pinheiro, presidente do ICSS e da Petros, não há base em fatos concretos para solicitar a quebra de sigilo de 14 fundos. “E feita ii ia nxestiga-;-ção em operações com títulos públicos, encontram’ indícios” mais fortes de problemas em quatro fundos e decidem pedir a quebra de sigilo de mais dez, qual a razão disso?”, indagou Pinheiro.
A estranha posição do dirigente da Petros, por si só indica uma preocupação que cabe investigação mais acurada. Não fosse assim, não haveria tanto receio por parte dos dirigentes das entidades fechadas de previdência quanto a quebra do sigilo.A Elite Corretora uma das empresas citadas corno envolvida em operações suspeitas com os fundos, do empresário Flavio Snell, espera receber o documento oficial sobre a quebra do sigilo da Elite e algum pedido de explicação, pois segundo ele o prejuízo de imagem causado pelas declarações de deputados unicamente através da imprensa, vem afetando a atividade da empresa sem que ela tenha sido oficiada pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).