Os fundos de investimentos captaram R$ 57,720 bilhões desde o início do ano e já alcançam patrimônio de R$ 477,778 bilhões, um crescimento de 38,7% em relação aos R$ 344,5 bilhões registrados no final de 2002, segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid).
A recuperação da confiança do investidor e a valorização das cotas vêm compensando a perda de R$ 63,825 bilhões que o setor registrou no ano passado, depois que o Banco Central (BC) antecipou as regras de marcação a mercado. “O setor deve encerrar este ano recuperado”, disse o presidente da Anbid, Alfredo Setubal ao chamar a atenção para a possibilidade de criação das contas de investimentos, como forma de isentar de Contribuição Provisória de Movimentação Financeira (CPMF) a migração entre aplicações financeiras, como obstáculo às expectativas de captação para 2004. “Não sabemos o impacto da conta de investimento no setor. Posso dizer que ele continuará captando, só não sabemos quanto”.
Entre os fundos listados pela Anbid, os DI perdem por mais um ano espaço na indústria. Essas carteiras – que ainda em 2001 sustentavam a segunda maior participação do setor, de cerca de 30% -, representam hoje pouco mais de 23% do patrimônio, contra participação de 25,4% em 2002.
A participação dos fundos de ações também apresenta declínio. Embora a categoria registre um excelente desempenho médio em 2003 em razão da alta de quase 90% do Ibovespa, essas carteiras representam apenas 6,6% do volume total do setor, contra 7,8% em 2002. O vice-presidente da Anbid, Marcelo Giufrida ressalta, no entanto, que a expectativa é de melhora do quadro em 2004.
Já os multimercados consolidam-se como a segunda categoria na preferência dos aplicadores, atrás apenas dos fundos de renda fixa. Em 2003, os multimercados respondem por 27,7% do patrimônio total, ante 26,6% no ano passado. Os fundos de renda fixa representam hoje 35,79% do setor de fundos, contra 34% há um ano.
Os fundos de previdência são outro destaque, com participação de 4,26% em 2003, contra 2,98% no ano passado. Giufrida diz que os fundos de previdência crescem em forte ritmo, mas lembra que o patrimônio ainda é pequeno. “As regras de alocação desses fundos devem ser olhadas”, disse, ressaltando que espera que os depósitos concentrados em dezembro façam com que estas carteiras fechem 2003 com participação de 5%.
Tatiana Cristina da Silva e Flavia Lima