A violência contra caminhoneiros nas estradas fluminenses segue fazendo estrago e dobrando o trabalho das seguradoras. Só no primeiro trimestre deste ano, as indenizações pagas por desvio de cargas somaram R$ 8,9 milhões, um salto de 88,6% em relação a 2024, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
O total de pagamentos colocou o Rio como o quarto estado com maior volume de indenizações, atrás de São Paulo (R$ 62,2 milhões), Minas Gerais (R$ 26,1 milhões) e Rio Grande do Sul (R$ 9 milhões), mas à frente de Santa Catarina (R$ 7 milhões).
Esse avanço nas indenizações acompanha o avanço dos crimes nas estradas fluminenses. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que, de janeiro a março, o estado registrou 840 ocorrências, alta de 43% em comparação com o ano anterior.
Segundo Ronaldo Vilela, diretor-executivo do Sindicato das Seguradoras do RJ, esse cenário faz com o preço do seguro de transporte de cargas no estado do Rio de Janeiro tenha uma alta:
“Acrescente-se que os efeitos dessa criminalidade sobre a economia do estado são altamente nocivos, criando, inclusive, a possibilidade de exclusão do Rio de Janeiro e municípios da região metropolitana de atuar como um hub natural de distribuição de mercadorias para outros mercados, dada a sua posição estratégica na malha rodoviária da região Sudeste”.
E o problema não parou por aí. Em abril, o crime avançou mais 4%, com 205 novos roubos. No acumulado de 2025, já são 1.045 casos — crescimento de 33% em relação ao mesmo período de 2024.