Calor forte e chuvas podem acarretar grandes prejuízos para diversos segmentos da economia
O período do verão no Brasil, com altas temperaturas e chuvas volumosas, é sempre propício a diversos problemas, como alagamentos, vendavais, desmoronamentos e enchentes que podem acarretar uma série de prejuízos.
Segundo dados da corretora JLT Brasil, foram reclamados R$ 70 milhões em indenizações relacionados a 40 sinistros ocorridos durante o verão de 2018.
Recentemente, fortes chuvas e ventos de até 100 km/h danificaram a cobertura de um hangar no aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, afetando aeronaves e provocando o fechamento do local para pousos e decolagens. Sinistros semelhantes ocorreram no aeroporto de Congonhas, em 2007 (quando quatro hangares foram destelhados, ferindo três pessoas), e em 2015 (quando houve o desabamento de um dos hangares da Infraero, causando a perda total de diversas aeronaves). Em 2019, por exemplo, só o Grupo RTS, regulador de sinistros, registrou 10 grandes sinistros de vendavais, a mesma quantidade de casos observados pela empresa no verão passado inteiro, de dezembro de 2017 a março de 2018, informou Everton Souza, diretor técnico da companhia.
E se os impactos financeiros são grandes, as consequências desses sinistros podem ser ainda maiores, já que envolvem lojistas, empresas aéreas e passageiros. Alguns dos sinistros de responsabilidade civil de valor mais expressivo envolvendo aeroportos são relacionados a inundações e alagamentos provocados por chuvas de verão. Um dos maiores aeroportos do Brasil foi atingido, em 2016, por uma tempestade de granizo que provocou danos ao telhado do terminal de passageiros, com prejuízo estimado em cerca de R$ 2 milhões a passageiros e lojistas que tiveram seus bens atingidos pela chuva.
Segundo Eduardo Penna, advogado especialista no setor aeroportuário, houve, nos últimos cinco anos, aumento de 25% nos sinistros nos períodos mais quentes do ano (dezembro a março) apenas no segmento de transporte aéreo regular. Esse aumento se explica não só por uma maior demanda no período de férias, como também por uma maior quantidade de atrasos e cancelamentos de voos relacionadas a condições climáticas adversas.
De acordo com Luciana Olivo, VP de Sinistros da JLT, é preciso estar preparado para evitar grandes perdas: “Não basta cobrir os prejuízos diretos dos edifícios e toda a estrutura. É importante contar com um bom seguro de Responsabilidade Civil, respeitando a nomenclatura da atividade (ar e terra) para cobrir todos os prejuízos financeiros”. Luciana alerta, ainda, para a importância de saber diferenciar enchente, alagamento e inundação para escolha do seguro. “É fundamental estar ciente dessas diferenças para garantir a cobertura adequada”, explica.
Além dos aeroportos, as rodovias também sofrem com os temporais de verão. As chuvas podem provocar interdições, acidentes e prejuízos à vida e às empresas. A interdição parcial da rodovia pode acarretar riscos para a segurança dos usuários e demandar maiores monitoramentos; deslizamentos podem causar graves acidentes e geralmente causam mudanças no solo, alterando significativamente os custos para a reconstrução, o que amplia significativamente o dano. “O impacto financeiro é muito considerável, mas os transtornos da paralisação da atividade do segurado são extremamente significativos, afirma Luciana Olivo.