Especialista prega tratamento padrão como pré-requisito

A participação dos corretores de seguros no lucro das carteiras de negócios das seguradoras é vista com certa resistência por analistas do mercado. O vice-presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Sérgio Alfredo Petzhold, entende que a adoção de uma medida como essa deve ser precedida pela solução de questões importantes ao processo de distribuição do ganho financeiro.
Sérgio Petzhold, que também preside o Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio
Grande do Sul (Sincor-RS), diz que, antes de tudo, é preciso garantir a igualdade de tratamento, independente do porte do corretor, já que as seguradoras trabalham oferecendo condições diferenciadas na distribuição de produtos, favorecendo uns e prejudicando outros. Esse uso de critérios distintos, segundo ele, influencia no preço final ao consumidor, que pode sair mais barato ou mais caro.
Ele comenta que tal variação de custo está sujeita às condições que o corretor obteve da seguradora, estabelecendo uma concorrência pela produção desequilibrada. “Somente depois de resolvida essa questão é que se deve pensar na participação no lucro”, opina Sérgio Petzhold.
Diferencial
Segundo ele, o assunto é “muito complexo” e precisa ser analisado com calma. Mas, a princípio, o vice-presidente da Fenacor está convencido de que, igualado o tratamento, os pequenos e médios corretores de seguros poderão ter uma carteira mais rentável do que os concorrentes de maior porte, garantindo assim, uma participação maior nos lucros das seguradoras.
Nesse contexto, ele diz que as seguradoras estão descobrindo, aos poucos, que é muito melhor trabalhar com o corretor que conhece profundamente as necessidades dos clientes da carteira de negócios, ainda que a sua produção não seja tão elevada. “Estão descobrindo o Ovo de Colombo”, conclui Sérgio Petzhold.