Notícias | 13 de maio de 2022 | Fonte: CQCS | Sueli Santos

Dyogo Oliveira, alerta sobre a percepção do governo sobre o mercado de seguros

Reprodução: Fenacor

Para o presidente executivo da CNSeg, Dyogo Oliveira, o governo brasileiro não consegue ver a relevância do mercado de seguros. “Somos  um setor que presta um serviço enorme em diversos setores. Só as despesas da saúde suplementar correspondem a mais de R$ 200 milhões por ano. O dobro do orçamento do ministério da saúde”, disse ele durante entrevista ao programa “Diálogos Apólice”, a jornalista Kelly Lubiato, editora da revista Apólice.

Para o dirigente, apesar das grandes contribuições do setor, há uma percepção pequena  no governo sobre essa relevância. “Esse é o desafio da nossa indústria de se fazer representar adequadamente, levando a mensagem do quanto podemos contribuir e receber de  volta esse reconhecimento com uma legislação e regulamentação mais adequada”, ponderou. Oliveira considera esse o grande desafio para os próximos anos. “Precisamos levar essa interlocução a um nível mais superior para que possamos ter um processo de ganha-ganha em que a sociedade tenha mais benefícios e a indústria possa se desenvolver de forma mais rápida e eficiente”, destacou.

Dyogo Oliveira tem experiência na área pública. Economista e ex-ministro do planejamento, ele foi o responsável pela reforma da previdência, entre outras medidas como privatização do IRB e foi interlocutor do mercado de seguros quando presidiu o Conselho Nacional de Seguros e Previdência.
“Somos um setor que presta um serviço enorme em diversos setores”, disse Oliveira. Ele enfatizou que o seguro tem grande impacto social e quanto mais ampliar o seguro para camadas  de renda mais baixa, maior será esse impacto. “Quando indenizamos o automóvel de um pequeno comerciante, ou de uma pessoa com renda menor, isso tem um grande impacto na vida da pessoa”, afirmou.

Ele ainda exemplificou com a importância do seguro rural. “A indenização paga aos pequenos produtores permite que aquele produtor continue a ter sua propriedade. Isso tem impacto grande na sociedade”, ressaltou. E ainda continuou: “Quando oferecemos cobertura de obras de infraestrutura estamos melhorando a eficiência da economia com um todo. Sem as coberturas de seguro nenhum banco financia essas obras”, destacou.

Para ele, fatores como regulamentação mais flexível adequada a cada tipo de produto pode permitir uma expansão maior da indústria de seguros que vai, cada vez mais, ampliar sua contribuição social. “Acho que temos um pouco de vergonha de que nosso produto é social mas ele é, é da sua natureza. Temos que olhar pelo lado do serviço que a gente presta”, defendeu.

Sobre o open insurance, Oliveira disse que a CNSeg não tem um número oficial do valor investido pelas seguradoras, mas explicou que até agora, o orçamento da estrutura básica que é de aproximadamente R$ 25milhoes. “O open insurance trabalha  com base em um núcleo tecnológico central e todas as empresas devem se conectar com esse núcleo central cada empresa precisa fazer seus próprios sistemas adaptações evoluções para haver essa conexão  dentro do ambiente”, explicou.

Oliveira revelou ainda que – dados extraoficiais – apontam um investimento de R$ 10 milhões de reais por empresa, o que chegaria a um total de cerca de R$ 600 milhões já que são 65 empresas obrigadas a participar do open insurance. “As empresas estão investindo pesadamente para gerar um ambiente de interface com os usuários, segurados, corretores, um ambiente dinâmico em que muitas inovações podem ser implementadas”, disse.

Ele afirmou ainda que o open insurance precisa de ajustes. “Temos algumas questões que estão  em debate com  a Susep a respeito de alguns ramos que não justificam o investimento e desenvolvimento de aplicativos para atender duas ou três empresas como os riscos de  petróleo, por exemplo”, detalhou.

Ele ainda falou sobre perspectivas e disse que o setor deve crescer. “Estamos vendo um crescimento generalizado, mas os patrimoniais quase todos têm uma taxa de crescimento maior, o rural está com uma taxa de crescimento boa.  Vida e rural com crescimento de 10 a 15% são ramos que estão indo muito bem”, detalhou.

A entrevista completa pode ser vista na TV Apólice. https://www.youtube.com/watch?v=1QjfksJSMGE

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